Na contramão do que vem ocorrendo em pelo menos dez Estados brasileiros, uma epidemia localizada de dengue, Manaus registrou redução de 35% nas notificações de dengue, zika e chikungunya, em comparação com 2018. Como consequência, houve uma variação de -42% no número de casos confirmados de doenças relacionadas ao mosquito Aedes aegypti. Os dados da Prefeitura de Manaus são referentes ao primeiro semestre de 2019.
De acordo com o boletim, nos seis primeiros meses deste ano foram registradas 1.199 notificações das três doenças, enquanto que no mesmo período do ano anterior, Manaus teve 1.846 casos notificados. Nesse período, o município apresentou redução das notificações dos agravos transmitidos pelo Aedes. Os casos de dengue notificados apresentaram variação de -26,3%. Já os casos notificados de chikungunya reduziram em 9% e os casos notificados de zika vírus – 82%, todos comparados ao período de janeiro a junho de 2018, conforme o Sistema de Notificação de Agravos (Sinan).
“É um dado altamente positivo, porque comprova que nossas ações também em combater o mosquito causador dessas doenças estão sendo eficazes. Essa redução é o resultado do esforço e trabalho empreendido por parte da área técnica da nossa Secretaria Municipal de Saúde, a Semsa, dos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde”, comemorou o prefeito Arthur Virgílio Neto, destacando que a população também precisa fazer a sua parte, mantendo o ambiente livre de possíveis criadouros do mosquito.
Ainda segundo o prefeito, os investimentos da Prefeitura de Manaus voltados para as ações de infraestrutura, drenagem, limpeza, asfaltamento, melhorias nas áreas de habitação, saneamento básico, obras públicas e urbanismo colaboram diretamente na redução. “Essas ações coordenadas e sistemáticas, envolvendo a estrutura da administração, foram determinantes no resultado positivo para redução das doenças transmitidas pelo Aedes, refletindo positivamente na qualidade de vida da nossa população”, ressaltou Arthur.
Educação
No trabalho de combate ao mosquito, uma das estratégias do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Semsa é trabalhar na conscientização da população para mudança de hábitos, especialmente com relação aos cuidados com armazenamento de água e destino adequado do lixo, potenciais criadouros para o mosquito; no atendimento das pessoas possivelmente acometidas pela infecção, em especial as gestantes e recém-nascidos; no atendimento dos protocolos de vigilância e manejo clínico.
As equipes também realizam atividades de controle das doenças causadas pelo Aedes aegypti, com pesquisa larvária amostral, visita domiciliar, pesquisa larvária nos pontos estratégicos, em ciclos quinzenais, controle químico com borrifação de inseticidas, além das medidas de educação em saúde e ambiental, com articulação intersetorial e interinstitucional e participação da sociedade.
LIRAa
Duas vezes por ano, a Secretaria Municipal de Saúde realiza o Diagnóstico da Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). De acordo com o levantamento de fevereiro de 2019, Manaus apresentou Índice de Infestação Predial de 2,2%, o que mantém Manaus em Médio Risco para as doenças transmitidas pelo Aedes (médio risco compreende valores entre 1,0 e 3,9).
Ainda assim, esse número aponta uma redução em relação ao primeiro diagnóstico de infestação realizado no mesmo período do ano 2018, quando o índice registrado foi de 3,0%.
O 1º LIRAa de 2019 apontou, também, que dos 63 bairros oficiais do município, oito podem ser considerados com alta infestação: São José, Coroado e Armando Mendes (zona Leste); Glória (zona Oeste); Adrianópolis, São Francisco, Santa Luzia e Colônia Oliveira Machado (zona Sul).
“Esses bairros são áreas indicadas para intensificação das ações de controle do mosquito no município de Manaus, seguido dos bairros em média e baixa infestação”, informou o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.
Segundo o diagnóstico, Manaus registra 39 bairros classificados em média infestação: Vila Buriti, Morro Liberdade, Betânia, Centro, Praça 14, Chapada, Cachoeirinha, Educandos, Crespo, São Lázaro, Japiim, Parque 10, Aleixo, Nossa Senhora das Graças, Flores, Petrópolis e Raiz (zona Sul); Tarumã, Lírio do Vale, São Jorge, São Raimundo, Compensa, Vila da Prata, Dom Pedro, Da Paz, Redenção e Alvorada (zona Oeste); Cidade Nova, Colônia Santo António, Santa Etelvina, Novo Israel, Novo Aleixo, Cidade de Deus e Colônia Terra Nova (zona Norte); e Colônia Antônio Aleixo, Zumbi, Tancredo Neves, Gilberto Mestrinho e Jorge Teixeira (zona Leste).
Os bairros de baixa infestação foram 16: Distrito Industrial I, Nossa Senhora de Aparecida, Presidente Vargas e São Geraldo (zona Sul); Tarumã-Açu, Ponta Negra, Santo Agostinho, Nova Esperança, Planalto e Santo Antônio (zona Oeste); Monte das Oliveiras, Nova Cidade e Lago Azul (zona Norte); e Mauazinho, Puraquequara e Distrito Industrial II (zona Leste).
Realidade nacional
O Brasil vive uma epidemia localizada de dengue em pelo menos dez unidades federativas, que apresentam incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes. Nessa situação estão os Estados de Tocantins (996,1 casos/100 mil hab); Acre (571,7 casos/100 mil hab); Rio Grande do Norte (397,6 casos/100 mil hab); Mato Grosso do Sul (1.240,3 casos/100 mil hab); Goiás (1.342,4 casos/100 mil hab); Minas Gerais (1.965,8 casos/100 mil hab) e Espírito Santo (1.105,1 casos/100 mil hab), além de São Paulo 875,3 casos/100 mil hab), Distrito Federal (860,3 casos/100 mil hab) e Paraná (379,8 casos/100 mil hab).
Este ano, até 22/6, foram confirmados, no país, 800 casos de dengue grave e 10.574 casos de dengue com sinais de alarme; 2.219 casos permanecem em investigação. Até o momento, foram confirmados 414 óbitos e 463 estão em investigação, enquanto que em 2018 foram confirmadas 129 mortes por dengue no mesmo período.
Texto – Sandra Monteiro / Semsa
Fotos – José Nildo / Semsa
Disponíveis em – https://flic.kr/p/2a7nfKN, https://flic.kr/p/2a7nfKN, https://flic.kr/p/2cSTnpR
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