A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, rebateu, na tarde desta terça-feira, 25/5, afirmações feitas pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal. Repetidas vezes, Mayra fez críticas à condução da Semsa ao enfrentamento da pandemia em Manaus.
A titular da Semsa contestou a declaração da secretária da SGTES, de que “encontrou nas unidades básicas de saúde de Manaus desassistência e caos e que havia unidades que estavam fechadas, enquanto a população morria, algumas sem medicamentos”. “Quanto ao caos, essa é uma visão equivocada da doutora Mayra. Nossas unidades nunca interromperam o atendimento. Infelizmente, ninguém no Brasil estava preparado para uma demanda quadruplicada como ocorreu nos picos da pandemia”, ressaltou Shádia.
Sobre unidades fechadas, a secretária lembrou que tão logo assumiu, o prefeito David Almeida ampliou para 22 o número de unidades preferenciais para atendimentos a casos suspeitos de Covid-19, expandindo uma área na UBS Nilton Lins, zona Centro-Sul, e restabelecendo o funcionamento de três Unidades Básicas de Saúde móveis, também exclusivas para assistência em Covid-19.
“Além disso, embora as demais unidades não fossem preferenciais para Covid-19, também acolhiam e orientavam as pessoas que buscassem atendimento, encaminhando-as para as unidades preferenciais ou para a rede hospitalar”, informou a titular da Semsa.
Shádia destacou ainda que todo planejamento para aquisição de medicamentos, em tempos de pandemia, enfrentou dificuldades pela sazonalidade e picos da doença, havendo períodos com baixo estoque, o que sempre foi solucionado mediante compra emergencial, na forma da lei. É necessário salientar ainda a ausência de medicamentos no mercado nacional e a alta de preços, que prejudicou o controle adequado de estoque em todo o país e não apenas em Manaus. Mas a prefeitura sempre conseguiu assegurar que não houvesse desabastecimento de remédios nas UBSs”, pontuou.
A secretária relatou que houve reuniões com técnicos do Ministério da Saúde. “Esse suporte se deu muito mais pelo cenário da nova onda, no mês de janeiro, na segunda onda da pandemia, quando nossa principal deficiência era de pessoal. Em janeiro, a atual gestão encontrou a secretaria com mais de 2.400 servidores afastados por licença médica”, observou.
Sobre a acusação de haver UBSs fechadas, Shádia Fraxe explicou que a Semsa tem unidades de saúde do tipo “casinha”, de 32 metros quadrados, ainda em funcionamento, mas que grande parte já foi desativada em razão da precária estrutura. “De fato, mais de 40 estão desativadas, e as equipes transferidas para unidades maiores, para melhorar a qualidade do atendimento, sem prejuízo das áreas geográficas de atendimento das equipes da Estratégia Saúde da Família”, assegurou.
Testes de Covid-19
Outro ponto contestado pela titular da Semsa foi a afirmação de que, na época, havia uma demanda reprimida de 2 mil testes para Covid-19. “A verdade é que os testes estavam represados no Lacen (Laboratório Central do Estado do Amazonas), único a realizar a leitura da coleta feita pelas unidades básicas e outras unidades hospitalares, no âmbito público, do tipo RT-PCR. É fato, a demanda cresceu no pico da pandemia, desde janeiro até meados de março, e houve esse represamento, mas de leitura dos coletados de RT-PCR”, relatou.
Ainda segundo Fraxe, a Prefeitura de Manaus chegou a conceder ajuda de pessoal para as análises, ao laboratório central estadual, de forma a dar maior celeridade aos resultados, uma vez que a demanda estava superior, inclusive em comparação com o primeiro pico da doença. Foram cedidos dez técnicos de laboratório e três farmacêuticos bioquímicos, ainda em serviço até a presente data.
“Apesar da alta demanda, em 90 dias, de janeiro a março, realizamos mais de 100 mil testes rápidos. Não houve falta de material para testagem dos suspeitos em nossas unidades. O que houve foi a adoção de medidas criteriosas para a realização de RT-PCR, diante de quadro clínico adequado à realização desse tipo de exame, para justamente evitar o represamento que estava ocorrendo”, salientou Shádia.
No primeiro trimestre deste ano, foram realizados mais testes RT-PCR do que em todo o ano de 2020. Em 15/3, a Semsa implantou o teste rápido de antígeno, com 7 mil doados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e 26 mil por aquisição própria.
Outro ponto refutado por Shádia diz respeito à falta de controle e gerenciamento de crise. “É mais uma informação improcedente. Desde o início da pandemia a Semsa adotou entre outras, medidas como a elaboração de um Plano de Contingência, que vem sendo atualizado de acordo com cada cenário; a reorganização da carteira de serviços das unidades básicas de saúde, para segregar síndromes gripais; e o estabelecimento das unidades preferenciais para Covid-19, rapidamente compreendido pela população. Em cada unidade foi criada uma sala denominada ‘Sala de Atendimento Oportuno’, onde os casos que exigissem internação, aguardassem a remoção pelo Samu, também gerenciado por nós”, informou.
A secretária municipal de Saúde classificou como inverídicas ainda as declarações de Mayra Pinheiro sobre a inexistência de triagem de pacientes nas UBSs e de falta de acompanhamento de doentes com Covid-19, em tratamento domiciliar. “Temos nota técnica publicada orientando trabalhadores e nossas unidades foram organizadas com distanciamento social, sinalização, dentre outras providências. Quanto ao acompanhamento, é de amplo conhecimento o nosso telemonitoramento que foi, inclusive, reorganizado pela atual gestão, passando a funcionar em uma estrutura mais adequada, com a promoção do fortalecimento da equipe”, concluiu.
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Texto – Divulgação / Semsa
Foto – Lucas Andrade / Semcom
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