DANIEL MONTEIRO
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Na noite da última quinta-feira (17/6), a Prefeitura de São Paulo informou a ampliação do cadastro para o recebimento das doses remanescentes das vacinas contra a Covid-19 (chamado de xepa). Já a partir desta sexta-feira (18/6), as doses poderão ser destinadas às pessoas com idade superior a 18 anos sem comorbidades.
A Secretaria Municipal da Saúde explica que nem sempre há doses excedentes nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e que a medida segue as diretrizes da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde): quando houver frasco de vacina aberto no fim do expediente, para que não haja qualquer desperdício de dose, ela deve ser aplicada nos grupos elegíveis.
Cada UBS deve manter um cadastro com os usuários elegíveis em sua área de abrangência com telefones para convocação dessas pessoas. O munícipe pode colocar seus dados se desejar e cumprir os critérios de elegibilidade. É preciso apresentar comprovante de endereço e documento de identificação.
A destinação das doses remanescentes das vacinas respeitará a seguinte priorização:
1. Lactantes sem comorbidades (até 2 anos de amamentação), acima de 18 anos;
2. Acadêmicos em saúde em estágio, independentemente do período de formação, das categorias profissionais elegíveis;
3. Estudantes de área técnica em saúde em estágio, independentemente do período de formação, nas categorias profissionais elegíveis;
4. Pessoas com mais de 18 anos de idade.
Em caso de dificuldade para destinação das doses remanescentes, a orientação é que a administração da UBS entre em contato imediatamente com a respectiva Supervisão Técnica de Saúde. Nenhum equipamento de saúde tem autorização para desprezar doses remanescentes.
Além da ampliação do cadastro para recebimento das doses remanescentes, a vacinação continua normalmente para os grupos prioritários. Na última quinta-feira (17/6), pessoas com 52 e 53 anos começaram a receber a primeira dose do imunizante – essa faixa etária tem um público estimado de 306.154 mil moradores da capital.
Já no sábado (19/6), pessoas com 50 e 51 anos poderão receber a vacina. Para atender aos novos públicos, toda a rede de postos de vacinação da capital está operando normalmente.
As pessoas podem buscar uma das 468 UBSs ou as AMA/UBS Integradas, que funcionam inclusive aos sábados e feriados, das 7h às 19h. Além destas unidades, os 17 SAEs (Serviços de Atenção Especializada), os mega postos com acesso a pedestres, os mais de 130 postos volantes, os postos que operam exclusivamente em sistema drive-thru e a rede de farmácias parceiras da Secretaria Municipal da Saúde estão em operação das 8h às 17h, com a vacinação em primeira dose. A lista completa de endereços dos postos de vacinação pode ser conferida aqui.
Para conferir a movimentação nos postos de vacinação, consulte o De Olho na Fila. O serviço informa se há fila pequena, média, grande ou se não há fila alguma no local escolhido. Informações sobre a campanha de imunização da rede municipal de saúde podem ser obtidas na página Vacina Sampa.
A Prefeitura ainda apresentou nesta sexta o calendário completo de vacinação na capital para os grupos restantes, com o escalonamento por idade. Segundo a administração municipal, o escalonamento permite que cada faixa etária tenha um dia específico para se imunizar, evitando que muitas pessoas se desloquem ao mesmo tempo aos locais de vacinação. O objetivo é justamente evitar filas e aglomerações nos pontos de imunização. Para isso, toda a rede de postos da Secretaria Municipal da Saúde está em operação.
As pessoas que não puderem ir nos dias indicados devem comparecer posteriormente. Também para evitar aglomerações, cada categoria contará com datas para a repescagem da aplicação da dose. A ação ocorrerá sempre aos sábados, para facilitar a vacinação das pessoas que trabalham durante a semana e sempre dentro daquele grupo previsto. A Prefeitura ainda ressalta a importância das pessoas continuarem respeitando o escalonamento mesmo na repescagem, algo determinante para que as filas sejam menores em toda a rede.
Mais sobre o novo coronavírus 1
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta sexta-feira (18/6), a capital paulista totalizava 32.334 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.237.476 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo nesta sexta é de 77,7%.
Já na última quinta-feira (17/6), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 38%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Mais sobre o novo coronavírus 2
Na manhã desta sexta-feira (18/6), o Instituto Butantan entregou 2,2 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus ao Ministério da Saúde. Os imunizantes serão utilizados no PNI (Programa Nacional de Imunizações) e serão distribuídos para a vacinação em todo o país.
Somente nesta semana, o Butantan enviou 4,2 milhões de doses ao Governo Federal, chegando à marca de 52,212 milhões de doses fornecidas ao Ministério da Saúde desde 17 de janeiro, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na semana passada, outras 800 mil doses já haviam sido liberadas.
Estas entregas são referentes à produção de 5 milhões de doses da vacina processadas a partir dos 3 mil litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) recebidos no dia 25 de maio. O envase da matéria-prima foi iniciado no dia 27 de maio e terminou na madrugada do dia 30 de maio. Outras etapas, como embalagem, rotulagem e controle de qualidade das doses, também foram concluídas.
As vacinas entregues nesta sexta-feira já contemplam o segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, de 54 milhões de doses do imunizante. O primeiro contrato, de 46 milhões de doses, foi cumprido em 12 de maio. O Butantan trabalha para completar, até setembro, 100 milhões de vacinas disponibilizadas ao Ministério da Saúde.
Um novo lote de 6 mil litros de IFA deve chegar a São Paulo até o final deste mês, o que permitirá a produção de mais 10 milhões de doses.
Ações e Atitudes 1
O Grupo Coalizão Sport-Covid-19, consórcio de grandes centros de pesquisa que envolve pesquisadores da Faculdade de Educação Física e Esporte e da Faculdade de Medicina, ambas da USP (Universidade de São Paulo), está buscando atletas amadores com diagnóstico confirmado de Covid-19 há pelo menos dois meses e que tenham sintomas persistentes, tais como: piora de desempenho, fadiga, falta de ar, dor e palpitação, entre outros.
O objetivo é estudar a saúde geral dos participantes, por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem que serão realizados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e no Hospital Israelita Albert Einstein. Interessados em participar devem entrar em contato pelo e-mail projeto.sportcovid@gmail.com ou pelo WhatsApp (11) 99484-1844, com Gisele Mendes Brito.
Ações e Atitudes 2
Uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo, a rede de laboratórios Dasa e a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) está implementando um sistema para monitorar a circulação de variantes do novo coronavírus na capital paulista.
A meta é analisar semanalmente 384 amostras de secreção nasofaríngea coletadas de moradores de todas as regiões da cidade atendidos na rede pública de saúde e que testaram positivo para o novo coronavírus.
No Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo), o material será submetido a um teste de RT-PCR capaz de identificar a presença de cinco cepas virais: Alfa (B.1.1.7, identificada no Reino Unido), Beta (B.1.351 ou sul-africana), Delta (B.1.617, da Índia), Gama (P.1, de Manaus) e Zeta (P.2, do Rio de Janeiro). Caso o resultado seja negativo para todas, a amostra será sequenciada para que seja possível identificar a linhagem presente.
Além disso, todos os meses, 25% das amostras que passaram pelo teste de RT-PCR serão selecionadas aleatoriamente para sequenciamento completo do genoma viral – trabalho que será feito pela equipe da Dasa.
Um dos objetivos é tentar descobrir quando e por onde a variante P.1 entrou na capital e como ela se disseminou. E também se a cepa indiana já circula pela cidade, explicam os pesquisadores responsáveis pelo sistema.
As amostras para análise serão selecionadas de forma proporcional à população de cada região da cidade (norte, sul, leste, oeste, centro e sudeste), sem viés de gravidade. As equipes da Prefeitura também fornecerão aos pesquisadores algumas informações sobre os pacientes, como sexo, idade, local de moradia, se já foi ou não imunizado, data da coleta da secreção nasofaríngea e de início dos sintomas.
Os pesquisadores frisam que, por se tratar de um trabalho com dados amostrais, é preciso que eles sejam representativos da população e que estejam bem distribuídos no tempo e no espaço. Ou seja, os dados devem ser uma maquete do que está acontecendo no município. A ideia é que seja possível olhar para essa miniatura perfeita e saber como está a distribuição de variantes no momento.
Por meio de técnicas estatísticas – com base no tamanho da população paulistana e admitindo uma margem de erro de até 5% –, o grupo calculou que seria necessário analisar 384 amostras por semana para conseguir mapear a circulação de variantes para as quais não se sabe, a priori, a proporção em que estão presentes.
Outro objetivo do projeto é implementar um sistema de vigilância genômica sensível (que não deixe passar despercebida nenhuma variante em circulação), representativo (capaz de mostrar a proporção das variantes de forma semelhante à distribuição real), oportuno (capaz de produzir dados a tempo de medidas de controle serem adotadas) e flexível (adaptável a todas as situações) para embasar ações de combate à doença.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus
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