Internos do Instituto do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no quilômetro 8 da BR-174, celebraram, na tarde desta quarta-feira (20/03), a formação da primeira turma do curso de capacitação em Pintura Predial. A iniciativa é promovida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio do Núcleo de Aprendizado Profissional (NAP), em parceria com a co-gestora Umanizzare Gestão Prisional, para profissionalizar os internos para o mercado de trabalho.
Esta é a primeira turma a ser formada na unidade, sendo 15 internos qualificados para a profissão. O curso teve duração de pouco mais de um mês, sendo dividido em 12 módulos que tratavam sobre técnicas sobre coloração, composição e textura aplicadas em pinturas decorativas, mobiliárias e industriais.
Segundo o diretor do Ipat, tenente Fernando Castelo Branco, a qualificação age como uma nova etapa na vida do reeducando. “Apesar dos internos não poderem apagar o passado, eles podem pintar um novo futuro. Esse curso ajuda na ressocialização e dá maiores oportunidades de vida lá fora”, comentou.
Instrutor do curso, William Mendonça explica que o mesmo foi dividido em teoria e prática para instrução dos internos. “As orientações aconteciam dentro e fora da sala de aula, sendo realizados projetos de reforma com a pintura dos pavilhões A, B, C e D da unidade”, contou. Devido ao entusiasmo dos reeducandos, o cronograma de atividades precisou ser estendido para ser realizada a pintura da quadra esportiva e demais unidades prisionais.
Para o interno José Cláudio Aragão, as aulas sobre pintura predial foram uma chance de adquirir novos conhecimentos para o mercado de trabalho. “Eu fico muito satisfeito de participar do curso, porque tudo o que aprendi ninguém nunca vai poder tirar de mim. Graças a minha dedicação e a todo esse conhecimento eu posso conseguir um emprego lá fora”, disse José.
De acordo com o secretário-executivo adjunto da Seap, André Luiz Gióia, o curso beneficia tanto os internos pela capacitação profissional, quanto a unidade prisional com as reformas realizadas por eles. “A chance dos internos trabalharem aqui dentro os capacita para que possam ter experiência de mercado. Dessa forma, eles podem conseguir emprego e renda para suas famílias em liberdade”, afirmou.
Capacitação — O curso é baseado no “Projeto de Remição de Pena” pelo estudo ou trabalho não remunerado, determinado pela Lei de Execução Penal (LEP). Atualmente há, em média, cerca de 220 internos capacitados e trabalhando nas unidades prisionais da capital. Somente no Ipat, há 35 reeducandos profissionalizados e aptos para cumprirem serviços de reforma e manutenção da unidade.