Cerca de 20 estudantes do Ensino Médio na Escola Estadual Ilza Irma Moeller, em São José dos Campos, saíram da sala de aula para responder uma pergunta: o que muda numa cidade se o clima mudar?
A ideia começou a partir de deslizamentos e alagamentos na região da SP-50, que passa pela cidade. Para estudar como mudanças climáticas podem impactar na vida cotidiana, os alunos foram estimulados a fazer estudos de campo para identificar quais lugares na cidade podem sofrer mais com desastres naturais.
“O que mais identificamos como áreas de risco são as encostas. Com chuva, elas podem sofrer deslizamentos. Também vimos o rio, que alaga e tem muita casa no leito”, diz Andressa Cavichi, aluna da escola.
O projeto partiu de uma pesquisadora do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (CEMADEN), em conjunto com estudantes do Pará e da Inglaterra. “A ideia do Cemaden foi entender como as escolas trabalham para que os alunos percebam áreas de risco e como podem agir para conscientizar a população sobre elas”, cita Rosa Souza, professora de geografia da Escola.
Além de mapas, o projeto produziu apresentações e ideias para avisar a população sobre possíveis riscos de desastres. Uma dessas ideias é o pluviômetro. “Ele detecta a quantidade de chuva e manda para im sensor”, explica o aluno Cauã Santos. “O sensor mede a quantidade de chuva, diz se é moderada ou intensa e depois manda um SMS para o celular das pessoas”.
Intercâmbio cultural
O projeto do CEMADEN foi pensando em conjunto com mais duas escolas: uma localizada no Pará e outra na Inglaterra. Ao término do projeto, a ideia era apresentar simultaneamente, pela internet, os resultados da pesquisa.
Um dos objetivos é promover a troca cultural e também conscientizar alunos sobre os diferentes desafios de cada região. “No Brasil, as mudanças climáticas produzem efeitos como queimadas e deslizamentos. Na Inglaterra, o clima é mais frio e eles têm problemas com nevascas”, pondera o aluno Daniel Adriano.