O Governador João Doria e o Presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Brasília nesta terça-feira (23) e definiram que a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) será transferida da União para o Governo de São Paulo e mudará de endereço até o final de 2020.
“Até o final do ano que vem ele estará em um novo endereço em uma área seis vezes maior que a área que ele hoje ocupa. Com isso vamos ter mais permissionários, uma condição melhor física e operacional. Este novo local será próximo a uma rodovia, o que permitirá uma ligação mais rápida e eficiente com o Porto de Santos e com as demais rodovias federais e estaduais”, disse Doria.
A Ceagesp será transferida do Ministério da Agricultura para a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento e o novo espaço será viabilizado por meio de recursos privados. O futuro endereço não foi anunciado ainda para evitar especulação imobiliária. No atual local do Centro será implantado o CITI (Centro Internacional de Tecnologia e Inovação), também em parceria com a iniciativa privada. “Será o Vale do Silício de São Paulo, com 650 mil metros quadrados de área dedicada à tecnologia”, explicou o Governador.
Durante a reunião, Doria também solicitou ao presidente que a pista para pousos e decolagens do Campo de Marte seja gradualmente desativada para a implantação do Museu Aeroespacial do Brasil, com o acervo da família Rolim, e do Colégio Militar de São Paulo. A mudança não irá prejudicar o pouso e decolagens de helicópteros, que poderão continuar utilizando normalmente o espaço, nem as instalações da Aeronáutica que já funcionam no local.
China
O Presidente do Brasil confirmou que irá participar, junto com o Governador de São Paulo, da inauguração do escritório comercial paulista em Shangai, na China, no dia 9 de agosto. O compromisso fará parte da agenda presidencial no país asiático entre 3 e 10 de agosto.
O local não terá custo para o Governo do Estado, pois é financiado integralmente pela China, e terá como objetivo facilitar a promoção do comércio, investimentos e o intercâmbio em áreas diversas como educação, inovação e tecnologia.
O escritório irá apresentar para investidores chineses o pacote de desestatização do Estado, que contempla desde aeroportos até novos trechos de rodovias e estradas férreas estaduais. Entre elas está a concessão de 20 aeroportos para a iniciativa privada, de 139 km de linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), de 79 km do Metrô, de hidrovias, parques estaduais e o Trem Intercidades (TIC), com 135 km entre Capital, Jundiaí, Campinas e Americana.
Doria também confirmou que participará da homenagem que Bolsonaro receberá em Nova York, no dia 15 de maio, no Metropolitan Club, com organização de empresários brasileiros. Também irão participar os Presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, e o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Governadores
O Governador João Doria participou ainda nesta terça-feira do 4° Fórum de Governadores, realizado no edifício-sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). O evento, que reuniu ainda outros 23 chefes do Executivo, teve o objetivo de discutir e alinhar ações em prol dos Estados e do Distrito Federal.
Além da reforma da Previdência, assunto recorrente nas reuniões dos governadores, esta edição defendeu também melhorias para a educação. “Há uma mobilização dos governadores junto ao Governo Federal para aumentar os recursos para a educação. Há um consenso de que nós não conseguiremos mudar o Brasil se não tivermos uma educação de qualidade. Temos que promover o acesso da educação a todos”, disse Doria.
A pauta contemplou ainda a possibilidade de fontes internacionais de financiamento para as áreas de saneamento, mobilidade e infraestrutura. Representante do Fundo de Desenvolvimento da França, utilizado já por alguns Estados, como São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal, fez uma apresentação aos governadores. Por fim, o programa emergencial para recuperação fiscal dos Estados e Distrito Federal também foi debatido durante o fórum.
O Governador de São Paulo voltou a defender a reforma da Previdência durante o encontro. “É vital para o país, os Estados e os Municípios. Se não tivermos a reforma até a metade deste ano, o Brasil mergulhará no caos porque faltarão recursos para o pagamento de saúde, educação e folha de pagamento”, afirmou Doria.