A Câmara dos Deputados realizou hoje (9) sessão solene em homenagem aos 210 anos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Em discurso enviado para ser lido no Plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, celebrou o aniversário da corporação e lembrou que homens e mulheres policiais militares arriscam suas vidas em nome da segurança e da paz. Maia acrescentou que a corporação não compactua com eventuais desvios de condutas internas e que o aumento das expulsões é a prova disso.
Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
Militares receberam a homenagem no Plenário
“De acordo com o levantamento da corregedoria da PM do Rio de Janeiro em 2018, de janeiro a setembro, 285 policias foram expulsos da corporação após o regular processo previsto em lei. Este número, que representa o aumento de 124% em relação ao mesmo período de 2017, demonstra que a polícia militar do Estado do Rio de Janeiro não transige com erro e não admite ser usada como escudo para elementos indignos da farda”, salientou.
O deputado Gurgel (PSL-RJ), autor do pedido para a solenidade, disse que o projeto anticrime enviado pelo governo deve ser aprovado e pediu que outras alterações legislativas sejam feitas.
“Essa Casa precisa nos ajudar a reformular as leis, sobretudo o Código Penal, o Código de Processo Penal, além da criação de uma lei orgânica geral das policias militares”, exemplificou.
Outra proposta foi lembrada na solenidade: o deputado Vicentinho (PT-SP) pediu a votação da PEC 332/17, que assegura o adicional noturno aos policiais militares. O deputado salientou que a proposta já foi aprovada na CCJ e na Comissão Especial.
“Espero que, em homenagem aos 210 anos da polícia militar do Rio de Janeiro e aos trabalhadores da segurança pública do Brasil, a gente tenha a sensibilidade de aprovar essa PEC”, destacou.
O senador Major Olimpo (PSL-SP) parabenizou a corporação, que é a mais antiga das polícias militares do país. Ele acrescentou que a polícia militar é a única instituição que está presente em todos os municípios do Brasil, sempre à disposição.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) salientou que a polícia defende a população e que atrás das fardas há pessoas de carne e osso. Ele acrescentou que os policiais militares são reconhecidos pela sociedade, apesar de algumas críticas.
“Vocês têm o carinho da população e gozam de muito prestigio e quem falar o contrário é porque é mal-intencionado ou não tem conhecimento da causa”, finalizou.
O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) disse que a Constituição garantiu direitos políticos aos cabos e soldados, o que para ele é uma conquista importante, mas que hoje os militares estão correndo o risco de perderem seus direitos.
“Não podemos hoje, em função do que está acontecendo no país – e me refiro a reforma da Previdência –, perder direitos”, destacou.
No mesmo sentido, o deputado Capitão Alberto Neto (PRB-AM) disse que a sociedade deve reconhecer o esforço dos policiais militares através de bons salários e boas condições de trabalho e não apenas com aplausos.
Durante a solenidade, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ) fez um pedido ao governador do Estado do Rio de Janeiro para que ele cumpra as propostas que foram feitas durante a campanha.
“Que ele siga o discurso dele de tecnicidade, que ele não loteie os cargos da administração do Estado por partidos, porque ele vai perder meu apoio, porque ele foi eleito para cuidar do Estado do Rio de Janeiro e não de uma campanha política”, pontuou.
Presente na solenidade, o governador Wilson Witzel disse que o Estado tem muito a agradecer às forças armadas, especialmente pelo trabalho durante o período da intervenção federal na segurança do Estado. Segundo o governador do Rio de Janeiro, no Brasil os traficantes são terroristas e assim devem ser tratados.
“Não podemos mais esconder do mundo que aqui no Brasil estamos enfrentando o terrorismo e esses terroristas estão infiltrados no narcotráfico”, afirmou.
Witzel acrescentou que o número de homicídios dolosos e as mortes violentas caíram no Estado do Rio de Janeiro. O governador afirmou que houve redução de 32% neste ano em relação ao ano passado e que a polícia militar já recuperou 174 fuzis. Segundo Witzel, o Estado do Rio de Janeiro terá a primeira vara em um tribunal especializada para julgar casos de lavagem de dinheiro e crime organizado.