Os líderes se reuniram para definir os procedimentos da comissão geral que vai ouvir o ministro da Educação, Abraham Weintraub, no Plenário da Câmara. A reunião, marcada para começar às 15 horas, vai durar até no máximo 21 horas.
“A gente quer ouvir o ministro, quer que ele dê os esclarecimentos necessários, mas não pode virar uma chicana. O dia só tem 24 horas e, se deixar todo mundo falar e usar o regimento, trava tudo. Por isso decidimos que, impreterivelmente, a sessão acaba às 21 horas”, disse a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
Weintraub foi convocado ontem a partir de uma união da oposição com partidos de centro não alinhados com o governo Bolsonaro. Apenas o PSL e o Novo foram contrários à convocação.
A comissão geral com o ministro coincide com protestos convocados para todo o País contrários à diminuição de recursos para universidades públicas e institutos federais.
Perguntas em bloco
Hasselmann explicou ainda que as perguntas dos deputados serão feitas em blocos. A cada cinco deputados, Weintraub terá até dez minutos para responder aos questionamentos.
A líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), explicou que o ministro terá 30 minutos para falar no início da sessão. Será, então, questionado pelos deputados que falarão em blocos, intercalando líderes e deputados inscritos. “Os partidos irão indicar seus deputados na proporcionalidade das bancadas para que não fale predominantemente um partido e outro partido não fale”, disse ela.
Cada deputado terá 3 minutos para falar, enquanto os líderes poderão falar por até 5 minutos.
Jandira disse que deverão falar, no decorrer da sessão, todos os líderes partidários e até 25 deputados inscritos. Os líderes decidiram ainda que não haverá direito a réplicas ou tréplicas.
Precedentes
Weintraub é o segundo ministro da Educação convocado a prestar esclarecimentos em Plenário desde a redemocratização. Em 2015, o então ministro da Educação Cid Gomes teve de prestar esclarecimentos ao Plenário sobre declarações polêmicas contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em um episódio que culminou em sua demissão.
Antes dele, em 1991, o ministro da Agricultura, Antônio Cabrera, respondeu à convocação do Plenário para falar sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.