16/05/19 12h13
Tema, abordado em encontro com 100 empresas, envolve novas oportunidades de negócio, inovação e economia
Governo do Estado de São Paulo
A agricultura urbana é uma realidade na Europa, Oriente Médio, Ásia e Estados Unidos. Por conta disso, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), colocou o tema em evidência para ser debatido com cerca de 100 empresas, institutos e universidade durante o I Workshop Urban Farming, realizado na cidade.
Durante o encontro, no último dia 9, foi falado sobre a dinâmica da produção agrícola em grandes centros urbanos e em ambientes internos, chamados indoor. Esse modelo produção de alimentos e de plantas usadas em fármacos e cosméticos é considerado poupador de recursos, sobretudo de água, gerador de alto valor agregado aos produtos e propagador da diversidade.
“Em países europeus existe por conta de restrições de espaço ou de clima, aqui será uma opção para solucionar questões de pontos de distribuição, por exemplo, para superar as longas distâncias existentes na Capital paulista”, disse o pesquisador e representante da diretoria-geral do IAC, Márcio Chiba.
Para a secretária executiva da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gabriela Chiste, a discussão está em consonância com a nova visão da Secretaria. “A ação é moderna e inovadora, como a nossa pasta atualmente. Esse assunto é provocador e essa discussão proposta neste evento é importantíssima. O Brasil não deveria estar atrasado nesse assunto”, afirmou.
Oportunidade de negócios
De acordo com o pesquisador do IAC e organizador do workshop, Luís Felipe Vilani Purquerio, a urban farming é uma oportunidade de negócios, pesquisa e desenvolvimento. “Ainda não há respostas no Brasil para esse segmento, mas estamos aqui reunidos com cerca de cem empresas, universidades e institutos de pesquisas, todos interessados em elaborar respostas e tecnologias que possam auxiliar no aproveitamento dessa opção, afirmou.
Em sua apresentação, Purquerio mostrou o sistema com produção em aparelhos domésticos, a produção dentro de supermercados, o jardim aeropônico existente em aeroporto em Chicago, no Estados Unidos, e o Instituto de Vertical Farming, fundado na Áustria, em 2018. “As torres hidropônicas e aeropônicas ainda podem servir de estudos em escolas, onde as crianças podem acompanhar o desenvolvimento das plantas e levá-las para casa, incentivando a alimentação mais saudável”, comentou.
O ponto de vista de negócio na gastronomia foi abordado pela chef de cozinha Danielle Massa, que desenvolve trabalhos de pesquisa com culturas de batatas coloridas e cogumelos, em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e com a Associação Nacional de Produtores de Cogumelos.
A chef e nutricionista falou ao público sobre a dificuldade de encontrar bons produtos agrícolas na grande São Paulo. “Às vezes não consigo comprar um produto bom que preciso para usar em nossas refeições, pois preciso de alimentos com frescor e sabor, além de qualidade visual e textura”, relatou.
Ela afirmou ainda que a gastronomia precisa do agricultor e é necessária a aproximação entre as duas categorias para resolver algumas questões. “Como o chef está nos grandes centros, precisamos estreitar esse caminho e a urban farming é a cidade produzindo, por isso esse tema é muito pertinente para nós”, disse.