O senador Telmário Mota (Pros-RR) pediu em Plenário, nesta quinta-feira (16), a intermediação do governo federal para que os corpos de três integrantes de uma mesma família vítimas de uma chacina em área de garimpo, em Roraima, sejam resgatados e o processo de investigação criminal possa ser iniciado. De acordo com o parlamentar, as polícias federal, civil e militar se recusaram a atuar na localidade por se tratar de terra indígena.
Conforme afirmou Telmário, o crime ocorreu no domingo (12), no Rio Mucajaí, e até agora, nada foi feito.
— São brasileiros, um pai, uma mãe e um filho foram mortos. Os corpos estão jogados, e a família batendo às portas da Justiça, da polícia, sem conseguir buscar os seus familiares pelo menos para ter o direito de enterrá-los. Imagine que retrocesso, senador Plínio, que retrocesso pelo qual o Brasil está passando — lamentou.
Garimpo clandestino
O senador afirmou também que, como resultado de declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, em favor da liberação de garimpo em terras indígenas, a situação piorou.
— O presidente Jair Bolsonaro acenou com a liberação dos garimpos. Com isso, houve uma correria no meu estado, onde já há um garimpo clandestino, ilegal, que aumentou – disse Telmário.
Ele fez um apelo às autoridades competentes para que priorizem o estado de Roraima, mencionando problemas como a imigração venezuelana, erradicação da febre aftosa e os conflitos relacionados à posse da terra.
— Minha terra, onde 52,9% votaram no presidente que está aí, até que deu a segunda maior votação, hoje é uma terra sem lei, porque o governo federal virou as costas para o meu estado — criticou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)