Na terceira audiência pública das comissões da Câmara sobre as mudanças anunciadas para o Censo 2020, pesquisadores se mostraram temerosos de que o levantamento populacional não aconteça. Na opinião deles, o corte no orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderia inviabilizar a pesquisa, e não há garantia de que a redução no número de perguntas dos questionários traga a economia esperada.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Pesquisador do IBGE explicou que o Censo realizado a cada dez anos custa R$ 15 por habitante
Participante da audiência na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, o pesquisador Pedro Luís do Nascimento Silva, do IBGE, diz que os levantamentos seguem um protocolo da Organização das Nações Unidas e que a modalidade de censo feita no Brasil, em que o recenseador vai na casa das pessoas, é a adotada pela maioria dos países. Pedro acrescentou que os custos do censo brasileiro são muito enxutos.
“Nós somos reconhecidos pela nossa eficiência nesse trabalho. Ele é barato, sai a quase R$ 15 por habitante – significa R$ 1,50 por habitante por ano para você ter o censo numa década”, explicou.
“Apagão estatístico”
Para Dione de Oliveira, representante do sindicato dos funcionários do IBGE, as mudanças no Censo 2020 fazem parte do que ela chama de ataque às instituições produtoras de conhecimento, como a Fundação Oswaldo Cruz e as universidades públicas. Ela afirmou que as alterações nos questionários foram feitas sem consulta ao corpo técnico do IBGE e disse que, se forem mantidas, vai haver uma espécie de “apagão estatístico”.
“A gente vai perder informação e ter em troca a possibilidade de, em algum momento, ter dados para substituir o que a gente está tirando. Então é um tiro no escuro.”
Os dados do censo feito a cada dez anos têm várias destinações: desde o cálculo dos repasses do Fundo de Participação dos Estados até a estimativa de população da área que pode sofrer as consequências do rompimento da barragem em Barão de Cocais, em Minas Gerais. O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), que pediu a realização da audiência pública, ressalta as consequências de uma falha no levantamento geral da população por conta da contenção de gastos.
“Se você erra, por exemplo, a expectativa do PIB (Produto Interno Bruto), a partir de uma avaliação prejudicada, você pode gerar uma queda de investimentos no país, o que mostra o tamanho da irresponsabilidade em querer alterar o Censo, em querer diminuir o número de perguntas sem nenhum critério técnico, onde as pessoas não foram sequer ouvidas para isso”, alertou o deputado.
Freixo reclamou da falta de um representante da direção do IBGE na audiência pública. A presidente do órgão, Susana Guerra, que tinha sido convidada, avisou que não poderia comparecer, já que o aniversário de 83 anos do Instituto estava sendo comemorado nesta quarta-feira. Um grupo de parlamentares vai pedir a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele justifique as mudanças no Censo 2020.
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Na terceira audiência pública das comissões da Câmara sobre as mudanças anunciadas para o Censo 2020, pesquisadores se mostraram temerosos de que o levantamento populacional não aconteça. Na opinião deles, o corte no orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderia inviabilizar a pesquisa, e não há garantia de que a redução no número de perguntas dos questionários traga a economia esperada.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Pesquisador do IBGE explicou que o Censo realizado a cada dez anos custa R$ 15 por habitante
Participante da audiência na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, o pesquisador Pedro Luís do Nascimento Silva, do IBGE, diz que os levantamentos seguem um protocolo da Organização das Nações Unidas e que a modalidade de censo feita no Brasil, em que o recenseador vai na casa das pessoas, é a adotada pela maioria dos países. Pedro acrescentou que os custos do censo brasileiro são muito enxutos.
“Nós somos reconhecidos pela nossa eficiência nesse trabalho. Ele é barato, sai a quase R$ 15 por habitante – significa R$ 1,50 por habitante por ano para você ter o censo numa década”, explicou.
“Apagão estatístico”
Para Dione de Oliveira, representante do sindicato dos funcionários do IBGE, as mudanças no Censo 2020 fazem parte do que ela chama de ataque às instituições produtoras de conhecimento, como a Fundação Oswaldo Cruz e as universidades públicas. Ela afirmou que as alterações nos questionários foram feitas sem consulta ao corpo técnico do IBGE e disse que, se forem mantidas, vai haver uma espécie de “apagão estatístico”.
“A gente vai perder informação e ter em troca a possibilidade de, em algum momento, ter dados para substituir o que a gente está tirando. Então é um tiro no escuro.”
Os dados do censo feito a cada dez anos têm várias destinações: desde o cálculo dos repasses do Fundo de Participação dos Estados até a estimativa de população da área que pode sofrer as consequências do rompimento da barragem em Barão de Cocais, em Minas Gerais. O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), que pediu a realização da audiência pública, ressalta as consequências de uma falha no levantamento geral da população por conta da contenção de gastos.
“Se você erra, por exemplo, a expectativa do PIB (Produto Interno Bruto), a partir de uma avaliação prejudicada, você pode gerar uma queda de investimentos no país, o que mostra o tamanho da irresponsabilidade em querer alterar o Censo, em querer diminuir o número de perguntas sem nenhum critério técnico, onde as pessoas não foram sequer ouvidas para isso”, alertou o deputado.
Freixo reclamou da falta de um representante da direção do IBGE na audiência pública. A presidente do órgão, Susana Guerra, que tinha sido convidada, avisou que não poderia comparecer, já que o aniversário de 83 anos do Instituto estava sendo comemorado nesta quarta-feira. Um grupo de parlamentares vai pedir a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele justifique as mudanças no Censo 2020.
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