A produtividade da indústria praticamente se manteve estável no primeiro trimestre de 2019. O período assinalou crescimento de 0,1% em relação ao 4º trimestre de 2018. A informação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que analisou o volume produzido por fábricas e atividades extrativistas, considerando o total de horas trabalhadas pela mão de obra de diversos subsetores.
O dado guarda relação com o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) avaliado divulgado nesta quinta-feira (30) pelo IBGE, – 0,2% nos três primeiros meses de 2019.
“Isso está tudo junto. Quando se achava que a economia ia retomar [o crescimento] não começou a retomar. Todo o processo de melhoria de gestão que deveria ser acompanhado com melhoria de investimento, acaba não acontecendo”, disse Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI.
O executivo teme que o não crescimento da economia e a falta de investimento resultem em recuo na produtividade no futuro e na redução de mercado para a indústria instalada no Brasil. “A perda de produtividade em relação aos nossos competidores vai gerar a perda de mercado, seja internamente ou para competir no exterior, especialmente com os países asiáticos”.
Desempenho segundo o subsetor
O estudo da CNI, disponível na internet , também traz análise por subsetores agregados da indústria nos últimos dez anos.
Conforme os dados apurados sobre produtividade, “o setor da indústria de transformação que mais apresentou ganho de produtividade do trabalho na última década foi coque [combustível derivado de carvão betuminoso, hulha], derivados do petróleo, e biocombustíveis, com crescimento anual médio de 6,1%, entre 2008 e 2018”.
No mesmo período, também tiveram resultados positivos de produtividade os subsetores de bebidas (2,9%); celulose e papel (2,5%); produtos diversos (2,4%); veículos automotores (2,15%); vestiários e acessórios (1,8%); máquinas e equipamentos (1,7%); produtos de metal (1,6%); químicos (1,1%); indústria de transformação (1,1%); madeira (1,1%); minerais não metálicos (0,3); móveis (0,1%) e alimentos (0,1%).
A pesquisa também apurou os subsetores que apresentaram perda de produtividade como couros e calçados (-1,3%); produtos farmacêuticos (-1,3%); produtos de borracha e de material plástico (-0,9%); têxteis (-0,6%); metalurgia (-0,4%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,2%).
Explicações
A equipe da CNI não fez uma investigação específica sobre cada subsetor, mas arrisca hipóteses sobre ganhos e perdas de produtividade. No caso de biocombustíveis, que apresentou ganho de produtividade, a explicação seria que houve maior uso de máquinas para a colheita de cana para a produção de etanol.
No caso de couros e calçados, que verificou queda de produtividade, foi limitante o tamanho das empresas, em alguns casos com produção artesanal. “Em muitos casos, a linha de produção é enxuta”, disse Fonseca. Segundo ele, o porte das empresas restringe a capacidade de inovar. Além do porte, o especialista ressalta que a produção de calçados sofre grande concorrência dentro e fora do Brasil, em especial dos produtos fabricados na China e no Vietnã.
Edição: Fábio Massalli
A produtividade da indústria praticamente se manteve estável no primeiro trimestre de 2019. O período assinalou crescimento de 0,1% em relação ao 4º trimestre de 2018. A informação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que analisou o volume produzido por fábricas e atividades extrativistas, considerando o total de horas trabalhadas pela mão de obra de diversos subsetores.
O dado guarda relação com o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) avaliado divulgado nesta quinta-feira (30) pelo IBGE, – 0,2% nos três primeiros meses de 2019.
“Isso está tudo junto. Quando se achava que a economia ia retomar [o crescimento] não começou a retomar. Todo o processo de melhoria de gestão que deveria ser acompanhado com melhoria de investimento, acaba não acontecendo”, disse Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI.
O executivo teme que o não crescimento da economia e a falta de investimento resultem em recuo na produtividade no futuro e na redução de mercado para a indústria instalada no Brasil. “A perda de produtividade em relação aos nossos competidores vai gerar a perda de mercado, seja internamente ou para competir no exterior, especialmente com os países asiáticos”.
Desempenho segundo o subsetor
O estudo da CNI, disponível na internet , também traz análise por subsetores agregados da indústria nos últimos dez anos.
Conforme os dados apurados sobre produtividade, “o setor da indústria de transformação que mais apresentou ganho de produtividade do trabalho na última década foi coque [combustível derivado de carvão betuminoso, hulha], derivados do petróleo, e biocombustíveis, com crescimento anual médio de 6,1%, entre 2008 e 2018”.
No mesmo período, também tiveram resultados positivos de produtividade os subsetores de bebidas (2,9%); celulose e papel (2,5%); produtos diversos (2,4%); veículos automotores (2,15%); vestiários e acessórios (1,8%); máquinas e equipamentos (1,7%); produtos de metal (1,6%); químicos (1,1%); indústria de transformação (1,1%); madeira (1,1%); minerais não metálicos (0,3); móveis (0,1%) e alimentos (0,1%).
A pesquisa também apurou os subsetores que apresentaram perda de produtividade como couros e calçados (-1,3%); produtos farmacêuticos (-1,3%); produtos de borracha e de material plástico (-0,9%); têxteis (-0,6%); metalurgia (-0,4%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,2%).
Explicações
A equipe da CNI não fez uma investigação específica sobre cada subsetor, mas arrisca hipóteses sobre ganhos e perdas de produtividade. No caso de biocombustíveis, que apresentou ganho de produtividade, a explicação seria que houve maior uso de máquinas para a colheita de cana para a produção de etanol.
No caso de couros e calçados, que verificou queda de produtividade, foi limitante o tamanho das empresas, em alguns casos com produção artesanal. “Em muitos casos, a linha de produção é enxuta”, disse Fonseca. Segundo ele, o porte das empresas restringe a capacidade de inovar. Além do porte, o especialista ressalta que a produção de calçados sofre grande concorrência dentro e fora do Brasil, em especial dos produtos fabricados na China e no Vietnã.
Edição: Fábio Massalli