A Gerência de Apoio a Produção Animal (Gepan), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), tem contribuído com uma pesquisa de campo visando o desenvolvimento da inovação tecnológica na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) na reprodução de bubalinos. Com apoio técnico e equipamentos específicos da área veterinária, profissionais do Idam têm auxiliado o mestrando da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCAN), Jaderson Holanda de Almeida Weiller.
O médico veterinário, orientado pelo doutor em zootecnia (produção animal) Gustavo Yomar Hatori, afirma que a pesquisa tem como tema o ‘Uso de ésteres de estradiol na indução da ovulação de búfalas criadas em áreas de várzea’. Jaderson explica que objetivo é substituir o uso do benzoato de estradiol pelo cipionato de estradiol. Ambos são medicamentos hormonais sintéticos na indução da ovulação.
“A expectativa é que com essa substituição se reduzirá em um dia o manejo com a matriz e o custo da realização da IATF. Vamos testar os protocolos usando o benzoato e o cipionato e esperamos com isso obter taxas de prenhez semelhantes nos dois grupos, quando o ideal é uma taxa de prenhez de 50% a 60%”, detalha.
O médico veterinário do Idam Emílio Afonso, que auxilia na pesquisa, explica que IATF é a ferramenta de melhoramento genético, utilizada como biotecnologia para agregar mais produção e melhores características morfológicas aos plantéis de bubalinos e bovinos. “Em alguns métodos a inseminação em matrizes de bubalinos se dá com o isolamento da fêmea de seus bezerros e da área de várzea, seu habitat natural. Outro detalhe importante é que reconhecer o cio da matriz é muito difícil e isso, em alguns casos, compromete o sucesso da inseminação”, disse.
A pesquisa de campo está acontecendo na Fazenda Imperial, AM-010, ramal do Piquiá, km6, em Itacoatiara, com 80 matrizes inseminadas. O estudo tem o envolvimento, também, dos pecuaristas de corte e leite de Itacoatiara Manoel Antônio Lira Pena, João de Oliveira Martins e Alcides Weiller.
Nesta etapa do estudo, 40 fêmeas já foram inseminadas em área de várzea, com bezerro ao pé, permanecendo, então, em seu habitat. Todas as matrizes receberam o sêmen de um búfalo de uma fazenda paulista. “Esse búfalo tem características que nos interessam, tem um bom pedigree, tem as exigências requeridas pelo Ministério da Agricultura, e em sua ficha de cadastro demonstra que ele tem qualidades para que sua cria ofereça um leite de boa qualidade e quantidade”, informa.
No próximo dia 8 de março, outras 40 matrizes vão receber a inseminação. Emílio Afonso reforçou que a expectativa é que até 60% das fêmeas bubalinas tenha êxito para uma gestação, o que corresponde a 48 matrizes prenhas. “Temos a esperança, ainda, que a maioria das crias sejam fêmeas”, acrescenta.
Vale destacar que as proteínas de origem animal derivadas do leite de bubalinos são muito apreciadas no Amazonas e fora dele, através de queijos, entre outros itens.
Produtores – O médico veterinário do Idam explica, ainda, que com bons resultados nessa pesquisa de campo, a expectativa é que outros produtores de bubalinos optem pela Inseminação Artificial em Tempo Fixo para aumentar seu rebanho.
“Atualmente, o Estado sofre com problemas no cruzamento de bubalinos devido à alta consanguinidade. Nossa meta é conseguirmos sêmens de várias fazendas do país que integram centros de inseminação”, disse Emílio Afonso.
A atual pesquisa está sendo financiada pelo próprio mestrando. O Idam auxilia na parte técnica, na expertise, equipamentos veterinários e promovendo o diálogo com parceiros que também investem no estudo.