O saldo do crédito concedido pelos bancos deve acelerar em 2019, segundo previsão do Banco Central (BC), no Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente. Para este ano, o BC projeção crescimento de 7,2%. A estimativa anterior, divulgada em dezembro, era de crescimento de 6%, neste ano.
Em 2018, o saldo do crédito cresceu 5,1%, após contração de 0,5% registrada em 2017.
“Esse processo [de aceleração do crédito] refletiu, principalmente, o recuo das taxas de juros, a redução dos indicadores de risco e a inadimplência em patamares baixos”, diz o BC, no relatório.
Para o BC, o saldo do crédito para as pessoas físicas deve crescer 9,7%, para as pessoas físicas, e 4,1%, para as empresas. “Essa projeção fundamenta-se, sobretudo, na perspectiva de maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em ambiente com inflação baixa e estável; na manutenção das taxas de juros em patamares baixos; na continuidade da evolução benigna da inadimplência; e no nível historicamente reduzido do comprometimento de renda das famílias com dívidas contraídas no SFN [Sistema Financeiro Nacional]”, destaca o BC.
Para o crédito livre (em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e para definir as taxas de juros), a projeção de expansão é 12,5%, com aumentos de 13% e 12% para os saldos de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas, respectivamente.
“Deve-se destacar, no âmbito dos empréstimos às famílias, as expansões dos saldos nas modalidades de financiamento de veículos e de cartões de crédito. Relativamente às empresas, o financiamento bancário tende a seguir impulsionado pelos descontos de recebíveis e pela recuperação do capital de giro”, diz o BC.
A expectativa para o crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) é 0,8% em 2019, com aumento de 6% para as pessoas físicas e redução de 6% para as empresas. “No primeiro caso, destaca-se a aceleração projetada do financiamento imobiliário. No que concerne ao crédito às empresas, espera-se um arrefecimento no ritmo de redução do estoque de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”, explica o BC.