Senadores poderão adotar simbolicamente uma ou mais escolas públicas de educação básica, participando de atividades cívicas e educativas com alunos e professores. É o que determina o projeto do senador Confúcio Moura (MDB-RO) que cria o Programa Senado Educador, destinado a contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.
Na justificação de seu projeto (PRS 21/2019), Confúcio argumenta que o Poder Legislativo precisa tomar uma ação mais “proativa” em matérias educacionais, diante das graves deficiências do ensino brasileiro, como instalações inadequadas das escolas, recursos didáticos precários e baixos salários dos professores. Ele contrastou as “aspirações de desenvolvimento do nosso povo” com as baixas colocações do país em avaliações internacionais de desempenho estudantil.
A iniciativa simbólica de adoção de escolas terá um alcance “bem maior do que o senso comum é capaz de perceber”, segundo o senador. Em entrevista ao programa Argumento, da TV Senado, Confúcio Moura disse que a presença do político na escola contribuirá para reduzir a desconfiança na qualidade do ensino público e estimular o debate parlamentar sobre educação. Ele mencionou os exemplos de ex-senadores como Darcy Ribeiro, João Calmon e Marta Suplicy, que deram ênfase à educação em seus mandatos.
— Esse envolvimento mínimo, de uma fração de senadores, que possa visitar e dar atenção a uma escola, fará o senador assumir compromissos. Já há missionários políticos que fazem isso por conta própria — declarou.
O projeto tramita na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O senador Mecias de Jesus (PRB-RR) apresentou requerimento para realização de audiência da Comissão Senado do Futuro sobre o tema.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)