Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES nesta terça-feira (14), o empresário Mário Celso Lopes, ex-sócio de Joesley e Wesley Batista no grupo de investimentos J&F, que controlava a JBS, negou envolvimento em quaisquer irregularidades.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Mário Celso Lopes disse que não participava de negociações com autoridades
Os deputados queriam esclarecimentos em relação ao financiamento do BNDES que possibilitou a aquisição do frigorífico Bertin pela JBS e sobre a empresa Blessed Holding, criada cinco dias antes da operação, em 2009, para operar no exterior.
Mário Celso consta como testemunha do contrato que embasou toda a transação, e que, segundo o relator da comissão, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), causou prejuízos bilionários aos cofres públicos.
O depoente explicou que foi sócio do grupo J&F na empresa de reflorestamento Eldorado, e, juntos, obtiveram um financiamento do BNDES para a construção de uma fábrica de celulose no valor de R$ 2,7 milhões.
O empresário acrescentou que desfez a sociedade em 2010 e que se sentiu lesado pelos irmãos Batista. Ele ressaltou que não participava das negociações com autoridades. “Joesley sempre conduziu essa relação com as entidades políticas e públicas, e sempre dentro de uma confidencialidade muito grande”, comentou Mário Celso. “Embora tenha sido acionista por um determinado período, nunca participei de reuniões particulares porque ele mesmo não permitia”.
Joesley e Wesley Batista passaram de delatores a investigados na Operação Lava Jato. Em 2017, os dois foram presos e liberados diversas vezes sob acusações de corrupção. Atualmente, estão em liberdade.
Delação
Altineu Côrtes afirmou que a presença de Mário Celso foi fundamental para esclarecer fatos sobre a criação de um fundo para investimento florestal que foi superavaliado e teve denúncias de favorecimento do BNDES.
O deputado também ressaltou que fatos que estão sendo apurados levantam questionamentos sobre alguns aspectos dos acordos de leniência e de delação premiada. “Nossa proposta é fazer um relatório técnico e apresentar possíveis indiciamentos. Nessa questão da J&F, há algumas indagações: o acordo de delação premiada é válido se todos os fatos não foram colocados? E o acordo leniência com essa empresa é válido mesmo quando sabemos que a Operação Bullish, que investigou esse caso que ouvimos hoje, não faz parte desse acordo?”, disse.
O objetivo da CPI do BNDES é investigar contratos firmados pelo banco de fomento entre 2003 e 2015, com ênfase nos acordos internacionais, principalmente os realizados por empreiteiras brasileiras que obtiveram financiamento para obras no exterior.
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Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES nesta terça-feira (14), o empresário Mário Celso Lopes, ex-sócio de Joesley e Wesley Batista no grupo de investimentos J&F, que controlava a JBS, negou envolvimento em quaisquer irregularidades.
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Mário Celso Lopes disse que não participava de negociações com autoridades
Os deputados queriam esclarecimentos em relação ao financiamento do BNDES que possibilitou a aquisição do frigorífico Bertin pela JBS e sobre a empresa Blessed Holding, criada cinco dias antes da operação, em 2009, para operar no exterior.
Mário Celso consta como testemunha do contrato que embasou toda a transação, e que, segundo o relator da comissão, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), causou prejuízos bilionários aos cofres públicos.
O depoente explicou que foi sócio do grupo J&F na empresa de reflorestamento Eldorado, e, juntos, obtiveram um financiamento do BNDES para a construção de uma fábrica de celulose no valor de R$ 2,7 milhões.
O empresário acrescentou que desfez a sociedade em 2010 e que se sentiu lesado pelos irmãos Batista. Ele ressaltou que não participava das negociações com autoridades. “Joesley sempre conduziu essa relação com as entidades políticas e públicas, e sempre dentro de uma confidencialidade muito grande”, comentou Mário Celso. “Embora tenha sido acionista por um determinado período, nunca participei de reuniões particulares porque ele mesmo não permitia”.
Joesley e Wesley Batista passaram de delatores a investigados na Operação Lava Jato. Em 2017, os dois foram presos e liberados diversas vezes sob acusações de corrupção. Atualmente, estão em liberdade.
Delação
Altineu Côrtes afirmou que a presença de Mário Celso foi fundamental para esclarecer fatos sobre a criação de um fundo para investimento florestal que foi superavaliado e teve denúncias de favorecimento do BNDES.
O deputado também ressaltou que fatos que estão sendo apurados levantam questionamentos sobre alguns aspectos dos acordos de leniência e de delação premiada. “Nossa proposta é fazer um relatório técnico e apresentar possíveis indiciamentos. Nessa questão da J&F, há algumas indagações: o acordo de delação premiada é válido se todos os fatos não foram colocados? E o acordo leniência com essa empresa é válido mesmo quando sabemos que a Operação Bullish, que investigou esse caso que ouvimos hoje, não faz parte desse acordo?”, disse.
O objetivo da CPI do BNDES é investigar contratos firmados pelo banco de fomento entre 2003 e 2015, com ênfase nos acordos internacionais, principalmente os realizados por empreiteiras brasileiras que obtiveram financiamento para obras no exterior.
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