DANIEL MONTEIRO
DA REDAÇÃO
Na manhã desta quinta-feira (23/05), a Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude recebeu representantes da ONG Plan International Brasil. Elas falaram aos vereadores sobre o PAS (Programa Adolescente Saudável), uma iniciativa em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, destinada a apoiar jovens de 10 a 24 anos em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com Gabriela Pluciennik, gerente de projetos do PAS, o programa foi lançado, em São Paulo, no ano de 2017, concentrado nas comunidades do Grajaú e Capão Redondo, na zona sul da capital paulista. O principal objetivo, segundo Gabriela, é apoiar direitos e promover o bem-estar de adolescentes e jovens, por meio de pesquisas, atuação política e ações que se concentrem na promoção da saúde, com enfoque na população jovem feminina.
Os temas abordados incluem questões de gênero, identidade, igualdade e educação em saúde sexual e reprodutiva, entre outros. E têm como foco a prevenção das chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, câncer, hipertensão, doenças cardiovasculares e respiratórias.
De acordo com a gerente de projetos do PAS, o programa é importante por estar em sintonia com as diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde), agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para a área da saúde.
Segundo a OMS, jovens com maior sensação de vulnerabilidade são mais suscetíveis a complicações de saúde como a hipertensão e diabetes. E também estão mais propensos ao tabagismo, ao uso indiscriminado do álcool e a comportamentos sexuais de risco.
“Além das questões de saúde em si, há toda uma questão relacionada à autoestima, à capacidade de diálogo em público e articulação de ideias, que faz com que os adolescentes possam ter uma perspectiva de futuro maior, transformando-se em agentes atuantes em suas comunidades”, completou Gabriela.
Segundo a facilitadora do PAS Aline Nalon, a abrangência do programa só é possível graças à atuação intersetorial da iniciativa, que integra ações nas áreas de saúde, educação e cidadania. “Conseguimos mapear os territórios e promover ações efetivas em cada área, respeitando as especificidades locais e potencializando os resultados do trabalho desenvolvido”, afirmou Aline.
Para o estudante Thiago Santos, de 16 anos, participante do PAS, os resultados do programa já podem ser vistos em sua comunidade. “Desde que comecei a participar do PAS, em 2018, vejo que conseguimos ser protagonistas e agentes transformadores. Acho que já consegui influenciar meus colegas e até mesmo as pessoas da minha casa. Estou conseguindo ajudar a desenvolver uma sociedade mais saudável e comunicativa”, enfatizou Santos.
Durante a reunião, a vereadora Juliana Cardoso (PT), membro da comissão, reforçou a necessidade de a Câmara estar atenta a ações desta natureza. “Esse é um assunto que deve ser conversado e difundido, até porque a informação é um dos instrumentos mais importantes para a prevenção. E o enfoque dado para as meninas é essencial nesse processo”, disse a vereadora.
Presidente do colegiado, a vereadora Soninha (CIDADANIA 23) destacou os efeitos do encontro para ampliar a ação do Legislativo municipal. “É importante que as pessoas da periferia e os jovens conheçam a Casa, o poder Legislativo e se sintam à vontade. Também é importante que a Câmara e a comissão conheçam essas iniciativas. É nosso dever diminuir as distâncias entre os poderes e a sociedade”, ressaltou Soninha.
Ainda durante a reunião, a comissão aprovou requerimento da vereadora Juliana Cardoso para a realização de audiência pública, com a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, para debater a descentralização da compra de itens da merenda escolar de creches da rede conveniada do município.
Também esteve presente à reunião a vereadora Noemi Nonato (PL).