Organizado pela Divisão de Serviço Social, evento aconteceu no Fórum Cível Desembargadora Euza Naice, na última sexta-feira.
Uma plateia diversificada e atenta, formada por quase 200 pessoas, participou do evento “A mulher como pilar de si mesma”, que aconteceu na sexta-feira (15), no auditório do Fórum Cível Desembargadora Euza Maria Naice de Vasconcelos, no bairro São Francisco, zona Sul de Manaus, e marcou o encerramento das atividades promovidas pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em alusão ao Dia Internacional da Mulher – comemorado no último dia 8 de março.
Organizadas pela Divisão de Serviço Social do TJAM, as palestras que integraram a programação do evento foram realizadas em formato “talk show” e dividiram espaço com uma apresentação de música do “duo” de violino eletrônico e teclado, além de uma feira de artesanatos com diversos produtos.
A diretora da Divisão de Serviço Social do TJAM, Fernanda Coelho, classificou o evento como uma “ação exitosa”. “O que a gente queria era exatamente provocar esse olhar pra nossa subjetividade, para os nossos interesses enquanto mulher, esse olhar para as nossas emoções. Acreditamos que para ter uma instituição saudável é importante também trabalhar as emoções dos servidores e colaboradores. Precisamos falar também sobre a questão da paz, equalizar e encontrar fórmulas para coexistirmos em um mundo de paz. Era isso que queríamos fomentar com esta ação de integração interna e penso que o evento foi bastante exitoso”, avalia Fernanda.
A titular da Vara de Registros Públicos e Usucapião, juíza Mirza Telma, registrou presença no evento. “Achei maravilhoso. O tribunal está nos oferecendo estas palestras que muito nos ensinam, nos fazem sair do nosso lugar comum, nos mostram uma outra visão. Às vezes, você está focado em uma coisa só e nada como ouvir outras pessoas, compartilhar de outras visões para, assim, ampliar nossos horizontes”, disse a juíza.
A doutora em Educação Márcia Irene chamou atenção para o equilíbrio da tríade carreira, família e ser mulher. “Estamos nos educando mutuamente e o que chama mais atenção é que todas queremos uma resposta para como conciliar tudo isso. Estamos em processo, a sociedade é um processo, a família é um processo, a mulher é um processo. Então, não podemos dar uma resposta pronta do que fazer, mas podemos equacionar tudo isso se quisermos, podemos fazer o que quisermos e para tanto temos de estar seguras de quem realmente somos, de nossa própria identidade”, resumiu Márcia Irene, que abordou o tema “Mulher, família e carreira: uma tríade a conciliar”, durante o evento.
A programação trouxe, ainda, a psicóloga Nazaré Mussa, que falou sobre o tema “Como vencer as adversidades do mundo feminino”. “Estamos em todos os lugares, o mundo feminino está inserido no trabalho, na dinâmica de casa, em todos os lugares. Devemos ultrapassar as nossas adversidades com qualidade de vida e a ideia foi trazer essa contribuição”, disse Nazaré, que alerta para o acúmulo de emoções e estresse que culminam, em muitos casos, em suicídios. Ela fala sobre esse tema no YouTube.
Já a doutora em Serviço Social Lidiany Cavalcante falou sobre a “Identidade da mulher contemporânea”, da mulher que traz o peso dos rótulos históricos que a impedem de se firmar. “Historicamente, a mulher sempre foi colocada em um plano secundário, foi inferiorizada e, nos dias de hoje, tem dificuldade de se firmar como mulher, de firmar uma independência afetiva e interior. Tem independência financeira e econômica, mas tem a dificuldade de se firmar como mulher e experimenta, assim, relacionamentos abusivos, vivencia a realidade de violência dentro de casa e dificuldade de colocar tudo isso para fora. A solução seria desconstruir historicamente essa imagem e perceber que tem força interior, se colocar como ser humano, se libertar dessas amarras que a própria sociedade colocou”, avalia.
A filósofa Ariadne Carvalho mostrou os “Conflitos nas relações femininas” em seus principais aspectos. “Autoafirmação, necessidade de aprovação social e carências geradas pela falta de autoconhecimento do próprio poder feminino. Em épocas em que se fala de empoderamento feminino, é preciso que a mulher reconheça que tipo de poder a realiza e torna plena e a partir daí ela não tem mais necessidade dessa autoafirmação e dirime muitos dos conflitos. A partir do momento que se torna plena, ela tem uma independência gerada pelo poder feminino e não precisa mais da competição, não precisa mais ser amada a qualquer preço e, em razão disso, perder a sua dignidade”, orienta Ariadne Carvalho.
O conhecer a si mesma passa, também, pelo alívio das tensões do dia a dia e a terapeuta Elvira França criou um programa que traz a linguagem corporal para ajudar no controle do estresse e prevenção da violência e uso indevido de drogas. “Temos no cérebro uma área muito grande, sensora e motora, que trabalha mãos e face, para criar estratégia terapêutica para o monitoramento das emoções. Com os movimentos combinados de mãos e face podemos aliviar os hormônios do estresse no organismo e isso ajuda muito”, explica a terapeuta que orienta as pessoas na realização dos movimentos terapêuticos.
Sandra Bezerra
Fotos: Chico Batata
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