O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a organização não governamental Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firnaram hoje (7) um acordo que oficializa a vinda de 50 ararinhas-azuis do país europeu para o Brasil. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pertence à caatinga e entrou em extinção em outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais.
Essas práticas ilegais, juntamente com a destruição do bioma, fizeram com que, de uma década para outra, restasse somente um exemplar da ave, em 1990. Na década de 1980, expedicionários identificaram três ararinhas-azuis e, em nova busca, 10 anos depois, a última remanescente foi localizada, acendendo o alerta de ambientalistas.
De acordo com o ICMBio, existem hoje pelo mundo 163 exemplares da ave. Todos os espécimes vivem fora de seu habitat natural, ou seja, em cativeiro.
A espécie é considerada endêmica da região de Curaçá, interior da Bahia, ou seja, desenvolve-se de forma natural somente naquele território. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio está concluindo, em parceria com diversas entidades, a construção de um espaço, no município baiano, e espera que a soltura na natureza ocorra entre 2020 e 2024.
Na década de 1980, expedicionários identificaram três ararinhas-azuis e, em nova busca, dez anos depois, a última remanescente foi localizada, acendendo o alerta de ambientalistas. A espécie é considerada endêmica da região de Curaçá, interior da Bahia, ou seja, se desenvolve de forma natural somente naquele território. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio está concluindo, em parceria com diversas entidades, a construção de um espaço, no município baiano, e espera que a soltura na natureza tenha ocorra entre 2020 e 2024.
Segundo Hugo Vercílio, analista ambiental da autarquia, o acordo de cooperação não conta com verba do governo federal, que oferece somente o suporte técnico ao projeto. Entre os parceiros, estão, além da ONG alemã ACTP, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).
A reintrodução das ararinhas-azuis já havia sido anunciada em setembro do ano passado. A medida faz parte do Plano de Ação Nacional da Conservação da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), que foi estabelecido em 2012, pelo ICMBio, e já tem trazido resultados.
Desde 2009, o número de espécimes dobrou. O total, em 2000, era de 53 e subiu para 108 em 2014. Para 2020, a projeção é que haja 166 aves no país.
Para Vercílio, a reintrodução das aves no Brasil tem um caráter especial, ao ser anunciada este ano, quando se completam 200 anos da descoberta da espécie. O achado ocorreu em Juazeiro, cidade localizada a 94 quilômetros de Curaçá. O processo de devolução das ararinhas-azuis ao ambiente natural é “algo muito difícil”, mas é também, pelo ineditismo do fato, “um marco histórico”, disse Vercílio.
Projeto
Em junho do ano passado, o presidente Michel Temer oficializou a criação da Área e Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, de 90 mil hectares, e o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, com cerca de 30 mil hectares, situados em Juazeiro e Curaçá.
De acordo com Camile Lugarini, também analista ambiental do ICMBio, os locais têm como função receber os espécimes da ave e promover sua proteção. Outra missão das equipes é difundir à comunidade local atividades que sigam os princípios do desenvolvimento sustentável, como o ecoturismo, para que tenham maior consciência de seu impacto na fauna e na flora que coexistem com ela. “Essas unidades foram criadas há um ano e a gente já tem um engajamento local para a criação de um conselho gestor e de um plano de manejo para as unidades de conservação.”
Camile acrescentou que, ao planejar o centro de reprodução e reintrodução da ararinha-azul, em Curaçá, levou-se em consideração o curso dos riachos Melancia e Barra Grande. “Foi feito um buffer [zona de amortecimento] ao redor desses riachos, porque a mata ciliar que acompanha esses riachos temporários é muito importante para a manutenção das ararinhas-azuis”, disse. “Não é em toda a caatinga que há a caraibeira [onde as ararinhas instalam seus ninhos], ao longo dos riachos temporários, e sim em algumas partes, e algumas dessas partes estão dentro das unidades de conservação”, disse a analista ambiental.
A ararinha-azul distingue-se dos demais psitacídeos por características como a coloração de suas penas e a estrutura das asas, que são mais longas e estreitas do que as dos demais animais da família à qual pertence, como periquitos, araras e papagaios. A ave mede pouco mais da metade de uma arara azul, movimenta suas asas de forma mais lenta e tem o costume de se empoleirar sobre galhos secos de árvores altas.
Edição: Nádia Franco
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a organização não governamental Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firnaram hoje (7) um acordo que oficializa a vinda de 50 ararinhas-azuis do país europeu para o Brasil. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pertence à caatinga e entrou em extinção em outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais.
Essas práticas ilegais, juntamente com a destruição do bioma, fizeram com que, de uma década para outra, restasse somente um exemplar da ave, em 1990. Na década de 1980, expedicionários identificaram três ararinhas-azuis e, em nova busca, 10 anos depois, a última remanescente foi localizada, acendendo o alerta de ambientalistas.
De acordo com o ICMBio, existem hoje pelo mundo 163 exemplares da ave. Todos os espécimes vivem fora de seu habitat natural, ou seja, em cativeiro.
A espécie é considerada endêmica da região de Curaçá, interior da Bahia, ou seja, desenvolve-se de forma natural somente naquele território. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio está concluindo, em parceria com diversas entidades, a construção de um espaço, no município baiano, e espera que a soltura na natureza ocorra entre 2020 e 2024.
Na década de 1980, expedicionários identificaram três ararinhas-azuis e, em nova busca, dez anos depois, a última remanescente foi localizada, acendendo o alerta de ambientalistas. A espécie é considerada endêmica da região de Curaçá, interior da Bahia, ou seja, se desenvolve de forma natural somente naquele território. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio está concluindo, em parceria com diversas entidades, a construção de um espaço, no município baiano, e espera que a soltura na natureza tenha ocorra entre 2020 e 2024.
Segundo Hugo Vercílio, analista ambiental da autarquia, o acordo de cooperação não conta com verba do governo federal, que oferece somente o suporte técnico ao projeto. Entre os parceiros, estão, além da ONG alemã ACTP, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).
A reintrodução das ararinhas-azuis já havia sido anunciada em setembro do ano passado. A medida faz parte do Plano de Ação Nacional da Conservação da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), que foi estabelecido em 2012, pelo ICMBio, e já tem trazido resultados.
Desde 2009, o número de espécimes dobrou. O total, em 2000, era de 53 e subiu para 108 em 2014. Para 2020, a projeção é que haja 166 aves no país.
Para Vercílio, a reintrodução das aves no Brasil tem um caráter especial, ao ser anunciada este ano, quando se completam 200 anos da descoberta da espécie. O achado ocorreu em Juazeiro, cidade localizada a 94 quilômetros de Curaçá. O processo de devolução das ararinhas-azuis ao ambiente natural é “algo muito difícil”, mas é também, pelo ineditismo do fato, “um marco histórico”, disse Vercílio.
Projeto
Em junho do ano passado, o presidente Michel Temer oficializou a criação da Área e Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, de 90 mil hectares, e o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, com cerca de 30 mil hectares, situados em Juazeiro e Curaçá.
De acordo com Camile Lugarini, também analista ambiental do ICMBio, os locais têm como função receber os espécimes da ave e promover sua proteção. Outra missão das equipes é difundir à comunidade local atividades que sigam os princípios do desenvolvimento sustentável, como o ecoturismo, para que tenham maior consciência de seu impacto na fauna e na flora que coexistem com ela. “Essas unidades foram criadas há um ano e a gente já tem um engajamento local para a criação de um conselho gestor e de um plano de manejo para as unidades de conservação.”
Camile acrescentou que, ao planejar o centro de reprodução e reintrodução da ararinha-azul, em Curaçá, levou-se em consideração o curso dos riachos Melancia e Barra Grande. “Foi feito um buffer [zona de amortecimento] ao redor desses riachos, porque a mata ciliar que acompanha esses riachos temporários é muito importante para a manutenção das ararinhas-azuis”, disse. “Não é em toda a caatinga que há a caraibeira [onde as ararinhas instalam seus ninhos], ao longo dos riachos temporários, e sim em algumas partes, e algumas dessas partes estão dentro das unidades de conservação”, disse a analista ambiental.
A ararinha-azul distingue-se dos demais psitacídeos por características como a coloração de suas penas e a estrutura das asas, que são mais longas e estreitas do que as dos demais animais da família à qual pertence, como periquitos, araras e papagaios. A ave mede pouco mais da metade de uma arara azul, movimenta suas asas de forma mais lenta e tem o costume de se empoleirar sobre galhos secos de árvores altas.
Edição: Nádia Franco