Um alerta de novidade dispara na redação do jornal O Mamoré, na cidade de Guajará-Mirim (RO), cada vez que é publicado um material jornalístico da Agência Brasil, veículo da Empresa Brasil de Comunicação. Brasília, sede principal da agência, fica a cerca de 2,8 mil km por estrada da cidade rondoniense. Graças à Agência Brasil, que é pública e, por isso, fornece conteúdos jornalísticos gratuitos para todos os veículos de comunicação, o que parecia tão distante passa a ficar pertinho.
Tornar o público mais próximo e colaborar com a integração do país por intermédio do jornalismo são práticas diárias da Agência Brasil, que completa, nesta segunda-feira (10 de maio), 31 anos de história. O veículo vive um momento especial. Alcançou a marca de 94,8 milhões de usuários no ano passado e mantém o ritmo de acesso. Neste ano, já está perto de 31 milhões de usuários.
Outro dado mensurável é que, somente em 2021, os materiais da agência tiveram cerca de 40 milhões de repostagens por veículos e usuários, das maiores às menores cidades. Do centro às fronteiras do país, o que significa ocupação estratégica com informações para populações inteiras que não seriam atendidas por grandes mídias comerciais. Essa garantia de inclusão e de cidadania é considerada de valor imensurável por quem estuda a comunicação pública.
Para a jornalista e pesquisadora em comunicação Claudia Lemos, que é presidente da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública), como outros direitos, a garantia da informação é fundamental para a cidadania, para ter acesso aos serviços prestados pelo Estado e para efetiva participação nas discussões. “Por isso, a Agência Brasil tem o papel importante de oferecer informação jornalística que pode ser consultada diretamente pelo cidadão ou utilizada gratuitamente por veículos de comunicação no país inteiro, que de outro modo talvez não tivessem acesso a ela”, afirma.
No caso do jornal O Mamoré, a diretora Minerva Soto explica que a utilização das reportagens da Agência Brasil não leva apenas em conta o volume de conteúdos diários fornecidos. “Temos extrema confiança em tudo o que é produzido pela Agência Brasil. Cada vez que verificamos que há uma publicação nova, sabemos que é de alta qualidade. Pelo o que percebemos a Agência Brasil investe em um jornalismo de soluções e não apenas apresentação de problemas”, afirma.
Fazem parte do público de O Mamoré comunidades que vivem em regiões ribeirinhas daquela cidade que, principalmente após o início da pandemia, passaram a buscar mais informações, segundo informa a diretora do veículo. “A gente se entende como um elo entre as notícias nacionais feitas pela Agência Brasil e os públicos locais que precisam das informações do país inteiro”. Os locais interessados pelo que se passa no país incluem até os estrangeiros. Na fronteira, está a cidade “irmã” boliviana de Guayaramerín. Para Minerva Soto, informação significa autonomia e também segurança.
As notícias que chegam da Agência Brasil ajudam a compor para os moradores das fronteiras, inclusive, uma visão mais ampla que complementa as notícias apenas locais. Ainda na Região Norte, o site Notícias da Fronteira, em Brasileia (AC), utiliza diariamente as notícias da Agência Brasil. A transmissão das informações, segundo o responsável pelo site, o jornalista Almir Andrade, significa proteção das identidades nacional e local. Ele mantém, além de reportagens em texto, também programa de TV e rádio na web. Andrade considera que os conteúdos da Agência Brasil são fundamentais para a viabilização de tudo o que ele produz. “Informações, texto, foto…para mim, tudo é muito importante para levar aqui ao nosso público”. Brasileia faz fronteira com a cidade boliviana de Cobija.
No Amazonas, o jornalista Nailson Tenazor, no site Jambo Verde, em Atalaia (AM), considera que a Agência Brasil e a Radioagência Nacional são parceiros no olhar para a região no Alto Solimões. A EBC tem estrutura e profissionais em Tabatinga, município vizinho de Atalaia, e também de Letícia (Colômbia). Tenazor diz que as informações em qualidade na região são fundamentais e significam inclusão para as regiões em que ele cobre. Um lugar em que o tempo de trajeto não é contado por minutos na estrada, mas por horas ou dias de barco.
Proteção contra falsas notícias
No Amapá, o Jornal do Dia, que é o primeiro veículo diário do Estado (de 1987), utiliza diariamente os materiais da Agência Brasil. “A agência é um veículo que contribui para transmitir notícias ao público amapaense de forma fidedigna, em um cenário atual em que as notícias falsas estão cada vez maiores”, diz o editor Luciano Pereira.
A proteção via informação de qualidade é um foco de atenção destacado pela diretora do Diário Corumbaense, Rosana Nunes. “A Agência Brasil presta um serviço muito importante e gratuito com fontes confiáveis para a nossa região. Trabalhamos para conter a desinformação. Aqui em Corumbá temos o único hospital público da região e que acaba recebendo também estrangeiros e que também precisam receber informações do que ocorre no Brasil”. A cidade de Corumbá (MS) tem fronteira seca com a cidade de Porto Quijarro, na Bolívia.
No Sul do Brasil, o jornal A Plateia, da cidade de Santana do Livramento (RS), tem 84 anos de fundação, e também utiliza conteúdos da Agência Brasil diariamente. Além das notícias nacionais na íntegra republicadas, o veículo traz as pautas da agência como conteúdo complementar ao que é feito em âmbito local. “Notícias dos três poderes que trazemos da Agência Brasil ajudam a compor o conteúdo e repercutir em nosso contexto”, afirma o editor-chefe do veículo, Rodrigo Evaldt.
Satisfação na Agência
O jornalista Kleber Sampaio, de 70 anos de idade, e que atua no cenário de comunicação pública desde 1974 (na Agência Nacional), é satisfeito pelas repercussões das reportagens da Agência Brasil. “Chegamos com nossas matérias no país inteiro”, afirma. Ele trabalhou na EBN, estava na antiga agência de notícias, e que ganhou o nome de Radiobras e da transformação da estatal em EBC.
Ele testemunhou, ao longo de sua carreira, reconhecimento por parte de colegas jornalistas e também do público pelo serviço prestado pela agência. Nessa jornada, histórias memoráveis. ”A cobertura que eu jamais esquecerei foi do sepultamento do ex-presidente Juscelino Kubitschek. O Brasil e Brasília pararam. Lembro bem que tinham umas 500 mil pessoas acompanhando o cortejo”, recorda. Kleber Sampaio, hoje, atua como editor da Agência Brasil.
Contemporâneo de Sampaio, o jornalista Luiz Fernando Fraga atua há 40 anos pela comunicação pública e também desempenhou diferentes atividades. “Essa empresa faz parte da minha vida”, diz o profissional. Fazem parte da vida deles a pressa e a precisão, da pauta à edição final. Não há tempo a perder. Eles precisam publicar. Alguém do outro lado está à espera de um alerta: lá vem uma nova notícia da Agência Brasil.