Pesquisa foi defendida pela pesquisadora Rosenilda Luciano no auditório Rio Jatapu da Faculdade de Educação (Faced)
Equipe Ascom Ufam
Na manhã desta sexta-feira, 7, a pesquisadora Rosenilda Rodrigues de Freitas Luciano defendeu a dissertação “Ação Saberes na Escola: alfabetização e letramento com conhecimentos indígenas”, que também está traduzida em Nheengatu como “Indio Ukua Sawa Escola Upê: Yumbué Sawa Assuí Yumpinima Sawa Ainda Uruwa Irumu”.
A pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas (PPGE Ufam), foi orientada pela professora Hellen Cristina Picanço Simas e analisou como os saberes indígenas são abordados nos planos das práticas pedagógicas no âmbito do projeto “Ação Saberes Indígenas na Escola – ASIE”, coordenado pela Universidade Federal do Amazonas. “A pesquisa documental foi inovadora na abordagem da etnografia institucional, no sentido de verificar como a instituição está preparada para lidar com a proposta que traz os conhecimentos indígenas para a escola num processo inverso da escolarização do processo colonizador, que trouxe o conhecimento não indígena como único e superior” , declarou.
Conclusões
A autora afirma que as expectativas não são animadoras, mas que as potencialidades do projeto podem ser aperfeiçoadas. “Os saberes indígenas seguem enfrentando fortes correntezas. A conclusão de meu trabalho aponta que o Programa Ação Saberes Indígenas na Escola está prestes a ser paralisado e abandonado pelo governo que se inicia em 2019, apesar de ser uma experiência inovadora que valoriza tanto os conhecimentos científicos não indígenas quanto a sabedoria indígena”, declarou a autora da dissertação.
A caminho da tese
A orientadora do trabalho, professora Hellen Cristina Picanço Simas, destacou o quanto a orientanda cresceu academicamente ao longo do trabalho. “O trabalho não poderia ser aquém da história de vida dela, marcada pela luta a favor das causas indígenas. Como orientadora, fico bastante feliz de ter acompanhado o crescimento dela ao longo da pesquisa, tanto que já conseguimos vislumbrar continuações. Considero o trabalho apto para caminhar para uma tese”, declarou a orientadora.
Relevante contribuição intelectual
A coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas ( PPGE/ Ufam), professora Fabiane Maia Garcia, elogia a produção intelectual da pesquisadora. “A Rosenilda tem uma vida dedicada à causa escolar indígena e elaborou uma dissertação que apresenta como fundamentos teóricos os próprios autores e intelectuais indígenas, além de inovar com a presença de um título e resumo na língua Nheengatu. Trata-se de mais uma importante colaboração intelectual do PPGE na área de temática indígena, tanto que conta com a presença de diversas lideranças indígenas prestigiando a defesa do trabalho“, declarou a coordenadora.
Banca de avaliação
Integrante da banca de avaliação, a professora Raynice Geraldine da Silva ( PPGL/ Ufam) elogiou a produção intelectual e também fez sugestões. “Vê-se que foi um trabalho de fôlego. Parabenizo o trabalho realizado. Gostei da forma como foi escrito, as suas análises foram muito ricas, embora eu tenha sentido falta de você mencionar em seu trabalho, por exemplo, a política linguística da Ufam, que inclui o tratamento não só das línguas estrangeiras como das línguas indígenas. A política foi institucionalizada em 2018. Isso deve ser incluído no seu trabalho”, sugeriu a avaliadora.
O professor Francisco Edviges Albuquerque, da Universidade Federal do Tocantins, enviou por escrito seu parecer. “O trabalho, tem uma leitura fácil e agradável, mas percebi que algumas referências citadas ao longo do trabalho não estão na bibliografia. Isso precisa ser corrigido para fortalecer a cientificidade do trabalho, mas essas questões ficam pequenas diante da grande contribuição intelectual que você oferece”, concluiu o avaliador.