A professora Andrea Viviana Waichman defendeu, na tarde de quarta-feira, 27, no auditório Professor Altair Fernandes dos Santos, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), setor Sul do Campus Universitário, memorial acadêmico que é requisito para obter a promoção à última classe da carreira do Magistério Superior, de professora titular.
A diretora do ICB, professora Rozana de Medeiros Souza Galvão, falou, além desta, outras importantes defesas deverão ocorrer ainda neste semestre. O presidente da Banca Examinadora, professor Jayclione Luís Marcom, ficou responsável por apresentar os demais membros avaliadores, professores Nídia Noemi Fabré, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Jean Remy Davée Guimarães, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Maria Tereza Fernandes Piedade, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA). Em seguida, iniciou os trabalhos.
Defesa
A professora Andrea Waichman pontuou: “Escrever sobre o memorial é um momento de reflexão diante de nossa trajetória acadêmica, e nos permite elaborar uma autocrítica da própria atuação durante a nossa existência”. Ela destacou a condução das ações processuais pela diretora do ICB, professora Rozana Galvão, e outras personalidades que permitiram a realização da defesa. “A escolha da Banca Examinadora é delicada e importante, pois, são pessoas que fizeram parte da minha trajetória, e que têm o reconhecimento em suas áreas de atuação… A melhor contribuição que se pode ter é a contribuição deles”, analisou a professora.
A professora Waichman dividiu o memorial em várias etapas cronológicas, relatando fatos desde quando era estudante do ensino fundamental, do ensino médio e do curso, universitário, passando pelo exercício da docência, da pesquisa e da gestão. Nesse ponto, a professora fez um link para cada etapa percorrida, associando importantes personalidades que contribuíram para a sua formação no que tange aos aspectos intelectual, cultural e humanitário. Segundo ela, a partir de um olhar diferenciado, é possível sim transformar realidades. Nesse sentido, a docente dá grande importância à profissão de professor, ao frisar o quanto ela pode contribuir para o desenvolvimento social.
Vida e Academia
Nascida na Argentina e morando há mais de 25 anos no Amazonas, ela se intitula uma amante da Amazônia. A professora disse que sempre se identificou com a docência, mas não tinha percebido o quanto isso era importante aos alunos. Ela relata uma situação quando havia lido uma tese de aluno de doutorado em que dispõe agradecimentos a professora pelo valor do professor inspirador. “Eu me senti plenamente realizada, satisfeita pelo reconhecimento de minha trajetória e pela habilidade de ensinar. Acredito que a nossa função como docente é a de inspirar”, disse a pesquisadora.
“Com o tempo, no ofício de professor, nós esquecemos que precisamos ser criativos no espaço da escola, seja privado, mas – fundamentalmente – da escola pública. Quando se fala em escola, a Universidade é uma escola. É um espaço de democracia, de tolerância, de discussão das ideias, qualquer que sejam, para que possamos ouvi-las antes de criticá-las. E, lamentavelmente, com o tempo, nós perdemos isso. Todos os dias, quando entro em sala de aula, fico pensando que precisamos de mais espaço para criar. Então eu estimulo meus alunos a participarem de discussões. Nós precisamos ser criativos”, reafirmou a oradora.
A professora continuou: “…. os jovens que estão na Universidade estão vivenciando um momento que não foi o nosso momento. As mídias sociais tem um papel fundamental. O celular é quase que um apêndice de nosso braço, mas nós insistimos em continuar ensinando, com praticamente, com o giz e a lousa, sem trazer essa tecnológicas, e fundamentalmente, sem trazer as experiências. Os alunos estão vivenciando muito o que está sendo dito, mas eles não tem ter contado com a natureza, de conhecer profundamente a realidade de ter contato com o colega. A minha atuação cada vez mais esta sendo pautada numa experiência diferenciada tentando inspirar os jovens”.
Ao final, a professora agradeceu as pessoas mais próximas, seus familiares e demais profissionais que contribuíram no dia a dia de sua trajetória na Academia. “Muitas delas não estão aqui, e não terei a capacidade e a memória para nomeá-las, mas devo agradecê-las pessoalmente”, finalizou a docente.