Foi aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (21), projeto que devolve o nome do engenheiro Bernardo Sayão a trechos da BR-153, de Goiás a Tocantins; da BR-226, no Maranhão; e da BR-010 e da BR-316, no Pará, estrada conhecida como Belém-Brasília. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 641/2015, do ex-senador Donizeti Nogueira, é terminativo na comissão e segue para a Câmara, se não houver recurso para análise em Plenário.
— A carreira de Bernardo Sayão é marcada por uma série de iniciativas relevantes e pioneiras e, sobretudo, voltadas para o desenvolvimento da região central do país — defendeu o relator, senador Zequinha Marinho (PSC-PA).
O parlamentar alterou a proposta para corrigir e acrescentar trechos de BRs ao traçado, para adequar a identificação da rodovia ao traçado original, e evitar divergências em relação aos segmentos que foram construídos sob a direção de Sayão e outras estradas ainda não concluídas, e que ligam o Centro-Oeste ao Norte.
Ele sugere que Bernardo Sayão seja a BR 153, do trecho que vai de Anápolis (GO) a Wanderlândia (TO); a BR-226, no trecho que vai de Wanderlândia (TO) a Estreito (MA); a BR-010, no trecho que vai de Estreito (MA) ao entroncamento com a BR-316 em Santa Maria do Pará (PA); e a BR-316, no trecho que vai do entroncamento com a BR-010 até Belém.
Zequinha também retirou do projeto o dispositivo que autorizava o Executivo a criar o Museu Nacional de Rodovias, a ser construído no local de falecimento de Bernardo Sayão, próximo à divisa entre Maranhão e Pará. A criação de museus é iniciativa de outro poder, e por isso continha vício de inconstitucionalidade, observou.
História
Nascido em 18 de junho de 1901 no Rio de Janeiro, Bernardo Sayão Carvalho Araújo mudou-se com a família para ajudar na construção de Brasília. Foi nomeado pelo então presidente Juscelino Kubitschek como um dos diretores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), tendo sido designado para construir a ligação entre Brasília e o Norte do país.
Morreu em 15 de janeiro de 1959, antes da inauguração de Brasília e da rodovia, atingido por uma árvore durante uma inspeção de rotina próximo à divisa entre os estados do Maranhão e Pará, onde fica o município paraense de Dom Eliseu.
“Tido como herói nacional, Sayão foi o primeiro a ser sepultado no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O dia de seu enterro entrou para a história da capital como o único em que o canteiro de obras silenciou”, registrou o autor.
Por decreto, em 1960, Juscelino deu a denominação “Rodovia Bernardo Sayão” à estrada que liga Belém a Brasília, mas a norma foi revogada por ato do Poder Executivo em 1991. O projeto une trechos de diferentes rodovias para devolver a unidade do traçado original da Belém-Brasília, frisou Donizeti.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)