O deputado estadual João Luiz (PRB) discutiu na manhã desta sexta-feira (7), no miniplenário Cônego Azevedo, o uso da bicicleta como alternativa de consumo consciente no Amazonas em uma Audiência Pública de iniciativa dele. João Luiz se definiu como um entusiasta do tema e apontou que o uso da bicicleta vai além do meio de transporte, podendo ser também uma ferramenta de inclusão social.
“Precisamos trazer a bicicleta para dentro da infraestrutura de modalidade urbana, contemplar as vias e rodovias com ciclovias, por que não? Em Quito, no Equador, as ruas do centro praticamente são fechadas aos domingos para o uso exclusivo de bicicletas, isso traz uma inclusão familiar. A bicicleta ajuda não só na mobilidade, mas na inclusão social também, com programas que usam a bicicleta como ferramentas de inclusão, como em Queimados (RJ), onde o grupo Pedala Queimados, ensina jovens moradores de periferia a construir bicicletas com quadros de bambu”, citou.
Nádia Aguiar, uma das coordenadoras do grupo Pedala Manaus, falou da importância do debate. “Qualquer oportunidade de discutir o uso da bicicleta é válida. Mesmo aquém do ideal, é importante o poder público tratar sobre o tema, porque assim dá oportunidade de a sociedade também se manifestar e contribuir para a efetividade das bicicletas como meio de transporte e dar mais segurança para quem usa bicicleta, porque muitos não adotam a bicicleta como meio de locomoção por medo”, afirmou.
Por outro lado, Rafael Lacerda, representante da Abraciclo, frisou que há um paradoxo entre a produção e o uso da bicicleta no Amazonas. “Muito se fala do preço das bicicletas. Temos bicicletas de todos os preços e tipos que são produzidas aqui em Manaus, mas na verdade o grande problema não é o preço é a estrutura. Manaus não tem ciclovias adequadas, não tem arborização, é muito complicado pedalar aqui, que é a capital que tem menos infraestrutura para o uso da bicicleta no Brasil, mas ao mesmo tempo é a maior produtora. Então não adianta nada sermos os maiores produtores e sermos os piores em termos de infraestrutura, o que é muito triste”, lamentou.
A representante do Departamento Estadual de trânsito do Amazonas (Detran-AM), Maria Leonice Reis ressaltou que o crescimento da atividade ciclística é recente, data de 2014. “As malhas viárias cresceram por conta da Copa do Mundo de 2014. Nós aqui no Amazonas podemos dizer que mal saímos das catraias, porque realmente não temos uma estrutura viária satisfatória para o ciclista. Temos duas avenidas novas, como a Avenida das Torres e a Avenida das Flores que não contemplaram os ciclistas e ainda estamos engatinhando nessas estruturas”, reconheceu.
Ao fim da audiência, a partir de todo o debate formulado, os participantes assinaram uma carta compromisso de intenção em colaborar para otimizar o uso da bicicleta. “Para dar praticidade precisamos envolver todos os entes públicos e envolvidos. Por isso este documento vem para responsabilizar todos os entes para que façam a sua parte na efetivação do uso da bicicleta”, afirmou.
Participaram ainda representantes do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Empresa Caloi, Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e Grupos de Passeios Ciclísticos como “Sai junto, chega junto”, ‘Pedalando com Você, Bike Anjo e Alto Giro, entre outros.
Diretoria de Comunicação da Aleam
Texto: Fernanda Barroso
Fotos: Hudson Fonseca/Aleam