Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Erika Kokay: alterações anunciadas pelo Ministério da Sáude representam profundo retrocesso
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realiza na quinta-feira (9) audiência pública para discutir a política de saúde mental, álcool e outras drogas.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que solicitou a audiência, afirma que mudanças recentes anunciadas pelo Ministério da Saúde representam um “profundo retrocesso” e vão ter impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com transtorno mental, de seus familiares e dos profissionais da área.
“Adoção de eletrochoques, internação de crianças em hospitais psiquiátricos e abstinência no tratamento de dependentes químicos. Esta realidade – que parece ter ficado para trás passados 30 anos de luta contra a lógica manicomial por profissionais, usuários e familiares da saúde mental – ameaça retornar ao Brasil”, diz a deputada.
Erika Kokay ressalta que o Movimento de Luta Antimanicomial lançou um manifesto que “marca posição contra o recuo na política de redução de danos”. “O texto ressalta que os manicômios têm sua lógica marcada por sofrimento, segregação, anulação da subjetividade, violência e morte”, diz a parlamentar.
Convidados
Foram convidados para o debate:
– a coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Maria Dilma Alves Teodoro;
– o representante da Rede Nacional da Luta Antimanicomial (Renila), Lucio Costa;
– o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogério Giannini;
– a coordenadora do Grupo de Trabalho Saúde Mental da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Lisiane Cristina Braecher.
A audiência está marcada para as 10 horas, no plenário 9.