O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou hoje (3) que nem ele, nem o presidente Jair Bolsonaro tiveram acesso ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas foram enviadas à gráfica para impressão na última sexta-feira (28).
“Eu não li a prova, o presidente do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], Alexandre Lopes, não leu a prova, o presidente [Jair Bolsonaro] não leu a prova. Não adianta pedir dica nenhuma”, disse o ministro, em entrevista coletiva.
No ano passado, logo após as eleições, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao Enem e disse que a prova deveria cobrar conhecimentos úteis. Em 2018, uma questão que tratava de dialeto usado por gays e travestis desagradou Bolsonaro.
Neste ano, o governo chegou a criar uma comissão para decidir as questões que iriam entrar no exame. O objetivo era “identificar abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais” e, com base nessa análise, recomendar que tais itens não fossem usados na montagem do exame deste ano.
A comissão concluiu os trabalhos em abril. O trabalho é sigiloso e o resultado não foi divulgado. Como a elaboração de uma questão é um processo longo e oneroso, o Inep garantiu que nenhum item será descartado. As questões dissonantes serão separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso.
As autoridades da pasta e o presidente, no entanto, segundo Weintraub, não tiveram acesso ao conteúdo da prova. “Salvo uma coisa totalmente fora do script, não consigo imaginar por que o presidente, que está com agenda tão atribulada vai parar para ler a prova. Não leu e não lerá. Nem eu, nem Alexandre [presidente do Inep]. Estamos seguindo o procedimento padrão”, disse.
Enem 2019
As provas do Enem serão aplicadas em dois domingos – dias 3 e 10 de novembro. Quem já concluiu o ensino médio ou vai concluir este ano pode usar as notas do Enem para se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior, no Programa Universidade para Todos (ProUni), e bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior, ou no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Pelo cronograma, as provas, que já estão na gráfica, serão impressas até o dia 17 deste mês. A partir do dia 24, começarão a ser expedidas e armazenadas para, a partir do dia 3 de outubro, serem distribuídas.
De acordo com o Inep, o Enem tem 5,1 milhões de participantes confirmados.
Saiba mais
Edição: Maria Claudia
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou hoje (3) que nem ele, nem o presidente Jair Bolsonaro tiveram acesso ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas foram enviadas à gráfica para impressão na última sexta-feira (28).
“Eu não li a prova, o presidente do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], Alexandre Lopes, não leu a prova, o presidente [Jair Bolsonaro] não leu a prova. Não adianta pedir dica nenhuma”, disse o ministro, em entrevista coletiva.
No ano passado, logo após as eleições, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao Enem e disse que a prova deveria cobrar conhecimentos úteis. Em 2018, uma questão que tratava de dialeto usado por gays e travestis desagradou Bolsonaro.
Neste ano, o governo chegou a criar uma comissão para decidir as questões que iriam entrar no exame. O objetivo era “identificar abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais” e, com base nessa análise, recomendar que tais itens não fossem usados na montagem do exame deste ano.
A comissão concluiu os trabalhos em abril. O trabalho é sigiloso e o resultado não foi divulgado. Como a elaboração de uma questão é um processo longo e oneroso, o Inep garantiu que nenhum item será descartado. As questões dissonantes serão separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso.
As autoridades da pasta e o presidente, no entanto, segundo Weintraub, não tiveram acesso ao conteúdo da prova. “Salvo uma coisa totalmente fora do script, não consigo imaginar por que o presidente, que está com agenda tão atribulada vai parar para ler a prova. Não leu e não lerá. Nem eu, nem Alexandre [presidente do Inep]. Estamos seguindo o procedimento padrão”, disse.
Enem 2019
As provas do Enem serão aplicadas em dois domingos – dias 3 e 10 de novembro. Quem já concluiu o ensino médio ou vai concluir este ano pode usar as notas do Enem para se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior, no Programa Universidade para Todos (ProUni), e bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior, ou no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Pelo cronograma, as provas, que já estão na gráfica, serão impressas até o dia 17 deste mês. A partir do dia 24, começarão a ser expedidas e armazenadas para, a partir do dia 3 de outubro, serem distribuídas.
De acordo com o Inep, o Enem tem 5,1 milhões de participantes confirmados.
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Edição: Maria Claudia