05/07/19 12h35
Ao anunciar que terá disponível R$ 3,25 bilhões para a safra agrícola 2019/2020, o Banrisul fez, ao mesmo tempo, sua maior investida recente no agronegócio e também uma volta às origens. O banco, criado há 90 anos como uma opção de crédito rural e hipotecário para financiar agricultores, quer triplicar sua participação no agronegócio em até três anos. Para marcar o novo posicionamento, mais direcionado ao segmento rural, o banco fez o anúncio de seu novo plano safra em evento batizado como AgroShow, reunindo autoridades, incluindo o governador Eduardo Leite, funcionários e clientes convidados, na Casa NXT, em Porto Alegre.
As ferramentas para crescer no campo são a oferta de 90% mais recursos disponíveis para o segmento, ampliação de produtores com crédito pré-aprovado e aumento das metas das agências no fechamento de contratos voltados a produtores rurais. Para ampliar a disponibilidade de crédito com recursos próprios o banco fará, ainda, sua estreia na emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), em agosto. Com esse conjunto de ações a expectativa é passar cerca de 28 mil produtores atendidos pelo banco no ciclo 2018/2019 para 50 mil na safra 2019/2020.
Para alcançar a meta de incrementar a participação no crédito rural no Estado de 6% para próximo de 18%, o banco aposta não somente nos valores disponíveis, mas, sobretudo, no trabalho de funcionários do banco em centenas de agências espalhadas por 430 cidades. Para ter sucesso comercial e alcançar suas metas, explica o superintendente executivo da Unidade de Crédito do Agronegócio do banco, Robson Santos, as agências agora terão de atender e prospectar mais produtores rurais e fazer mais concessões de crédito rural para custeio e investimento, principalmente.
“O banco investe há alguns meses em formação e treinamento para o agronegócio. E nas metas comerciais divulgadas neste semestre o crédito rural entrou com peso maior”, resume o executivo.
Em outro serviço cada vez mais pleiteado por produtores – o seguro rural -, porém, a banco atuará somente em parceria com três seguradoras tradicionais no mercado (Allianz, Agro Brasil e Fair Fax). A ideia, explica Santos, foi estimular que as seguradoras fizessem a precificações a partir das condições específicas de cada região Estado. Não dar exclusividade a nenhuma delas teve como objetivo para oferecer mais opções aos produtor e estimular a concorrência. “Estamos valorizando a competição. Não descartamos, no futuro, o Banrisul Seguros entrar no segmento. No momento, porém, a seguradora do banco ainda é mais foca em Vida e Previdência”, explica o superintendente executivo da unidade de agronegócio.
De acordo com o novo indicado para assumir a presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, que ainda aguarda aprovação do Banco Central para assumir a instituição, os juros para o novo plano safra do Banrisul subiram nos mesmos patamares do plano nacional (entre 0,5 ponto percentual e 1 ponto percentual). “Mas nos recursos livres temos mais liberdade para oferecer juros menores a partir de recurso que virão das LCA que estamos lançando, por exemplo”, explica Coutinho.
Recursos do Banrisul
R$ 2,95 bilhões serão para contratação de operações de custeio, comercialização e industrialização; e R$ 300 milhões para investimento.
Desse valor, o volume de recursos disponibilizados para a agricultura familiar é de R$ 634 milhões, aumento de 112% sobre a safra anterior.
Para os médios produtores, são R$ 471 milhões, incremento de 107% em relação ao período anterior.
Aos demais produtores, cooperativas e empresas do setor, o montante é de R$ 2,15 bilhões, valor 81% superior sobre a safra anterior.
Cerca de 30 mil produtores já estão com créditos rurais pré-aprovados para custeio e outros 15 mil, para investimentos.