A Câmara dos Deputados realizou sessão solene para lembrar os 15 anos de morte de Leonel de Moura Brizola, político brasileiro que foi governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, sendo o único político eleito para governar dois estados diferentes em toda a história do Brasil.
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Pompeo de Mattos: Brizola deve servir de inspiração para os parlamentares que atuam na Casa
Em discurso lido em Plenário, o presidente Rodrigo Maia destacou que Leonel Brizola atuou mais efetivamente na área da Educação. “Ele enxergou a necessidade da educação integral, universal e de qualidade”, afirmou. O presidente lembrou o principal projeto de Brizola, os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs).
Brizola começou a militar no movimento político ainda na universidade, filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1945. Após dois anos, ganhou seu primeiro mandato como deputado estadual do Rio de Janeiro. Em 1954, o político acabou sendo eleito deputado federal, entrando na Câmara dos Deputados com um recorde nacional de 103.003 votos, mais do que o dobro da votação obtida pelo segundo colocado.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que solicitou a solenidade, ressaltou que a homenagem a Brizola deve servir de inspiração para os parlamentares que atuam na Casa. “A sua trajetória, o seu legado, aquilo que Brizola nos deixou de herança, sua coragem cívica, sua veracidade, seu temor e sua coragem devem inspirar o parlamento nacional e nos alimentar de convicção, ânimo e luta”, afirmou.
Para o secretário do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, Manoel Dias, uma das principais lutas de Brizola era na educação. Ele defende que os deputados atuais continuem o trabalho feito pelo político. “Queria apenas ressaltar do Brizola a sua coragem, seu destemor e a sua fé inabalável de que o povo brasileiro vá um dia conseguir, através da sua participação efetiva, fazer a grande revolução. A revolução que não se faz mais pelas armas, mas a revolução que faz através do conhecimento”, ressaltou.
Para o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), o legado deixado por Brizola está sendo destruído ao longo dos anos e os políticos, junto com os cidadãos, não podem deixar isso ocorrer. “Infelizmente, aqueles que vieram depois de Brizola exercitaram todo seu poder político para desestruturar o legado que ele tinha deixado, porque a garantia de educação, principalmente educação crítica que emancipa, é algo que alguns não querem”, lamentou.
Leonel Brizola morreu em 21 de junho de 2004, vítima de um infarto, no Rio de Janeiro. O político estava diagnosticado com pneumonia e um edema no pulmão causou grave insuficiência cardíaca.