A Frente Parlamentar do Café vai intermediar demandas dos cafeicultores com o governo federal. Nesta terça-feira (7), os deputados ouviram cafeicultores de diversas regiões do país, buscando sugestões do que pode ser feito a curto, médio e longo prazo para melhorar a renda de produção no Brasil. O país é responsável por quase um terço de todo café consumido no mundo, mas que se encontra em crise – de acordo com os participantes.
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Emidinho Maceira: é preciso uma garantia de lucro mínimo aos produtores de café
De acordo com o presidente da frente, deputado Emidinho Maceira (PSB-MG), uma das sugestões dos produtores é a fixação, pelo governo federal, de um preço mínimo para a saca que garanta lucro aos produtores.
“A questão é o preço mínimo do café – muito abaixo do preço de produção. O custo para produzir aumentou muito. O adubo, que você comprava uma tonelada por cerca de R$ 1.000, dobrou de preço. Hoje, você paga R$ 2.000 em uma tonelada de adubo e vende um café a R$ 350”, falou.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Newton Araújo, disse que o maior desafio está sendo a falta de comunicação entre os cafeicultores e a Conab.
“É encontrar os representantes do setor para que nos repassem as informações acertadas, para que a gente forneça subsídios para o estabelecimento de política públicas”, disse. Segundo Araújo, o grande desafio da Conab são informações e inteligência estratégica. “É isso que nos move: a gente encontrar essas informações balizadoras de políticas públicas e que o setor possa, com essas informações, se beneficiar também na hora de plantio e comercialização das suas safras”, concluiu.
O estado de Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. Como medidas para amenizar os prejuízos e melhorar a economia do setor, a secretária da Agricultura do estado, Ana Maria Valentina, explica que é preciso buscar um aumento nos lucros da produção e sugeriu a adoção de certificados com aceitação internacional e investimentos em assistência técnica ao produtor. “Mas o governo estadual não tem os instrumentos de política de comercialização, o que compete ao governo federal”, disse. Segundo ela, as empresas estaduais de assistência técnica existentes no Brasil estão “muito debilitadas” e sem recursos.
Os integrantes da frente parlamentar devem reunir as demandas dos cafeicultores em um documento, focado na safra de 2019, que será apresentado ao Ministério da Agricultura pelos próprios deputados.