A Câmara dos Deputados prestou homenagem, nesta terça-feira (25), à atriz e cantora Bibi Ferreira. Conhecida como a grande dama do teatro nacional, a artista fez história no Brasil com seus múltiplos talentos. Ela faleceu em 13 de fevereiro de 2019 aos 96 anos.
Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Deputados lembraram os múltiplos talentos de Bibi Ferreira
Em discurso lido no Plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, disse que celebrar um ícone da cultura brasileira é motivo de “grande contentamento”. Maia destacou que Bibi Ferreira representa o pioneirismo feminino e recordou que, por duas vezes, a Câmara atribuiu a ela premiações como forma de incentivar e valorizar as manifestações culturais. A primeira, em 2002, quando foi entregue a Medalha do Mérito Legislativo, e a segunda, em 2019, quando recebeu, em memória, o Diploma Bertha Lutz.
“Ela é uma parte tão gigantesca do nosso patrimônio artístico que costumava dizer que não lembrava de si fora do teatro”, lembrou.
O deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), um dos autores do requerimento para a homenagem, salientou a participação de Bibi Ferreira para o processo de profissionalização do teatro brasileiro e recordou a trajetória da artista, que desde a infância esteve nos palcos, onde permaneceu até os 95 anos.
“Nós, brasileiros, nosso teatro, nossas artes e nossa cultura, temos uma dívida de gratidão imensurável com essa mulher excepcional”, destacou.
A presidente da Comissão de Cultura, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), lembrou que, aos nove anos, Bibi Ferreira foi vítima de preconceito por ser filha de artistas – o ator Procópio Ferreira e bailarina Aída Izquierdo – e que o fato não foi capaz de tirar o brilho “dessa importante mulher”.
“A Bibi permeou várias gerações e continua permeando, pois deixou um grande legado”, finalizou.
O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) destacou que o país possui um rico arcabouço artístico e cultural que é motivo de orgulho e admiração em todo o mundo. Mas, para o deputado, o momento atual no Brasil é complexo para a cultura brasileira. Ele lamentou recente decisão da Justiça carioca proibindo que artistas se apresentem em transportes públicos da cidade.
“Muitas vezes, a cultura e os artistas são criminalizados por força de uma guerra ideológica que cada vez mais perde sentido dentro dessa miríade de problemas que temos na vida nacional”, disse.
Ângela Maria, eleita a rainha do rádio em 1954 e considerada dona de uma das melhores vozes da música brasileira, também foi homenageada durante a solenidade.