A Central de Medicamentos do Estado do Amazonas (Cema) realizou, nesta semana, o descarte de 24 toneladas de medicamentos fora da validade. Herança de gestões passadas, a situação já havia sido divulgada pelo governador Wilson Lima (PSC), no dia 10 de janeiro, quando vistoriou os estoques do órgão da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), responsável pelo abastecimento de medicamentos e produtos hospitalares das unidades da rede estadual.
Medicamentos vencidos desde 2015 foram encontrados, na ocasião, pelo governador, em condições inadequadas de armazenamento, e propiciando a infestação de pragas como roedores e insetos. O flagrante foi noticiado em rede nacional.
De acordo com o coordenador da Cema, Antônio Paiva, estima-se que o valor total dos medicamentos vencidos chegue a R$ 1,8 milhão. Segundo Antônio, mudanças no sistema de controle de estoques realizadas pela atual gestão da Susam evitarão que situações como essa se repitam.
“A gente diminuiu os riscos de que isso venha acontecer novamente. Foram feitas adequações no sistema, com definição de estoque máximo para cada item, reformulamos padrões de compra para cada seguimento. Isso tudo evita que a Cema compre além do que é necessário”, explica Antônio.
As 24 toneladas foram retiradas das dependências da Cema entre os dias 26 e 27. O descarte do material é realizado por empresa especializada contratada pela Central de Medicamentos. De acordo com Antônio, os produtos vencidos representavam risco de contaminação.
“Não podíamos sujeitar ninguém aos riscos de uma possível contaminação, por conta da armazenagem inadequada de medicamentos ou insumos vencidos”, destacou.
Uma das ações do Governo do Amazonas realizada pela Cema nesses primeiros 90 dias de gestão foi a revisão no padrão de medicamentos e Produtos para a Saúde (PPS) utilizados pelas unidades da rede estadual. O trabalho, segundo Antônio, resultou em uma economia mensal de R$ 3 milhões à Central.
De acordo com o coordenador, logo que a nova gestão assumiu o órgão, foi identificado que as listas de medicamentos e PPS consideradas padrão nas unidades estavam defasadas. Não havia atualização desde 2010.
“Percebemos que muitos produtos e medicamentos estavam na lista padrão, mas, ao final, a unidade não tinha necessidade. Não eram essenciais. Então, iniciamos reuniões por segmentos (prontos-socorros, hospitais, etc.) para identificar o que realmente era utilizado e necessário”, explica Antônio.
O trabalho, segundo o coordenador, resultou na elaboração de novos padrões de uso, adequados à realidade de funcionamento das unidades. Desta forma, a Cema passou de um gasto mensal de R$ 30 milhões com o abastecimento da rede para R$ 27 milhões. “Ao final de um ano, a economia será de R$ 36 milhões, aumentando nossa capacidade de investimento”, afirma Antônio.
Para garantir que os medicamentos sejam dispensados de forma correta dentro das unidades, técnicos da Cema estão avaliando in loco o funcionamento dos almoxarifados de hospitais da rede.
Segundo Antônio, a ideia é identificar problemas, corrigi-los, e com isso dar mais eficiência e qualidade na dispensação de medicamentos. “Já fizemos isso no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Lá, identificamos 31 problemas e, destes, 19 eram de método, ou seja, de fácil resolução”, destaca Antônio.