CAROL FLORES
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Na manhã desta terça-feira (24/8, a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente realizou uma Audiência Pública para discutir sobre o empreendimento denominado Reserva Raposo, que está localizado no Jardim Boa Vista, Km 18 da Rodovia Raposo Tavares, e seu impacto na região. O debate, que atende requerimento do vereador Antonio Donato (PT), também foi presidido por ele e contou com a participação de vereadores, representantes do setor público, privado e de munícipes.
O presidente da audiência abriu as discussões questionando a situação atual do empreendimento que ainda não cumpriu com algumas obras acordadas com o município para a criação do Reserva Raposo, como a construção de um Terminal Urbano, de cinco creches, um CEMEI, duas UBSs (Unidades Básica de Saúde) e reforma do Parque Juliana. Antonio Donato ainda afirmou estar preocupado com a situação, já que o empreendimento conta com aproximadamente 18 mil apartamentos e cerca de 70 mil famílias, algo que segundo ele pode gerar impacto no local. “Esperamos que o Reserva Raposo cumpra as obrigações legais e que possa se integrar plenamente com os bairros da região, criando uma sinergia positiva e não sendo uma ilha em relação aos seus vizinhos”, destacou.
Representando a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, José Armênio Cruz afirmou que o alvará de licenciamento do empreendimento foi aprovado em 2015 e atende à demanda da lei. Já a representante da Secretaria Municipal de Educação, Fátima Cristina, contou que já visitou o local onde será construída a primeira creche, mas afirmou estar preocupada com a quantidade de moradores no local e se as obras destinadas à educação atenderão a demanda. Outra preocupação da representante da Secretaria de Educação é com a educação que vai além das faixas etárias das creches. “Tem que haver uma organização para que ninguém fique sem vaga na educação”, disse.
A representante da Secretaria da Saúde, Elizabete Nakamura, explicou que a situação da UBS do Jd. Boa Vista é de “convulsionamento”, que não há mais como prestar acompanhamento aos moradores da região e que a equipe de saúde está atendendo somente os casos de urgência e prioridades. “Já temos 23 mil cadastros de moradores na área de abrangência e está chegando cada vez mais moradores do novo empreendimento e nós não conseguimos mais realizar o acompanhamento com as famílias cadastradas na prevenção de saúde”, explicou.
A vereadora Luana Alves (PSOL), mostrou preocupação com a situação das UBSs que atendem a região. Ela disse que o sistema já trabalha com sobrecarga há anos e que a construção de novas Unidades de Saúde, prevista somente na fase quatro do empreendimento, gera preocupação, principalmente em época de pandemia.
O morador da Cohab Raposo, Felipe Santos, contou que a construção da Reserva Raposo desmatou grande parte da área verde que havia no local e que muitos animais silvestres acabaram descendo para a Cohab em busca de refúgio e não contaram com acompanhamento de biólogos. Outra situação lembrada pelo morador é a construção de muro que dificulta o acesso dos moradores da região onde está o empreendimento.
A diretora da Reserva Raposo, Verena Balas, afirmou que o empreendimento está em consonância com as leis e que todos os licenciamentos foram aprovados por todas as secretarias competentes no âmbito municipal e estadual e ainda destacou que estão sendo seguido todos os compromissos que foram combinados no licenciamento.
O vereador Aurélio Nomura (PSDB) sugeriu que seja feita uma mesa técnica com os representantes das secretarias para levantar o que já foi realizado até o momento e como está a realização do projeto. “É importante nos aprofundarmos nessa questão para não termos problemas maiores no futuro”, explicou.
Também participaram da audiência a vereadora Ely Teruel (PODE) e os vereadores André Santos (REPUBLICANOS) e Rodrigo Goulart (PSD).