DANIEL MONTEIRO
DA REDAÇÃO
Na reunião do Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal de São Paulo, realizada nesta quinta-feira (28/3), os vereadores debateram a situação dos bueiros, bocas de lobo e capacidade das galerias e pontos de captação pluvial do município.
Participaram da reunião o presidente da AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Edson Tomaz de Lima Filho, o diretor de Gestão de Serviços da AMLURB, Evaldo Azevedo, e Pedro Luiz de Castro, técnico da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras.
Os representantes da AMLURB apresentaram dados do Plano Verão 2018-2019, produzido em conjunto com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), em execução de 15/10/2018 a 31/03/2019.
O Plano Verão concentrou-se em ações voltadas à prevenção, correção e emergências relacionadas às enchentes, como coleta de resíduos de varrição e domiciliar em pontos críticos, limpeza de bueiros, conscientização ambiental e gestão de danos causados por enchentes.
Foram identificados 238 pontos de alagamento e cerca de 8,5 mil bocas de lobo e bueiros, que passaram por limpeza limpeza quinzenal ou semanal para suportar o impacto das chuvas e minimizar a possibilidade enchentes.
Presidente do Comitê, o vereador Gilberto Natalini (PV) questionou o os dados e ações apresentados, uma vez que São Paulo registrou, em 2019, segundo Natalini, um total de 700 pontos de alagamentos.
Segundo o diretor de Gestão de Serviços da AMLURB, Evaldo Azevedo, dos 500 mil bueiros existentes na cidade, 60 mil são limpos mensalmente pela instituição. Azevedo ressaltou que os bueiros localizados em pontos críticos passam por manutenção semanal. “Sobre número de pontos de alagamento, o plano é baseado nos dados coletados no ano anterior, por isso a diferença apontada. Tanto que a elaboração do Plano 2019-2020 levará em conta este aumento para definir as ações a serem realizadas”, afirmou o diretor da AMLURB.
Relatora do comitê, a vereadora Soninha Francine (CIDADANIA23) interpelou o técnico da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras Pedro Luiz de Castro, sobre a quantidade de bueiros no município e a capacidade das galerias e pontos de coleta pluvial. “Se 500 mil bocas de lobo são suficientes, é algo relativo. É preciso analisar caso a caso os fatores que levam a uma enchente em determinada região”, disse Castro, que citou o descompasso histórico entre o crescimento populacional e a infraestrutura da cidade.
Soninha reforçou que os dados obtidos irão auxiliar na elaboração de um plano de ações. “Temos que estudar o que existe para que funcione direito, mas sabendo que é necessário pensar em outro sistema a ser implantado, que terá uma capacidade melhor do que a atual”, ponderou a vereadora.
Natalini considerou a reunião positiva, apesar da ausência do secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, que não compareceu por estar em licença. “Os participantes trouxeram muitas informações sobre o problema da limpeza urbana, o lixo e a relação com as enchentes, o que fez dessa reunião muito proveitosa para os trabalhos do comitê”, comentou o vereador.
REQUERIMENTOS
O comitê também aprovou cinco requerimentos dos vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Natalini, com a solicitação de documentos ao TCM (Tribunal de Contas do Município) de São Paulo.
Um dos requerimentos convida a prestar esclarecimentos o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Vitor Aly; o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo de Castro; o superintendente do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Heitor Brandão de Azevedo; e o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Penido. Também foram convidados especialistas para falar sobre as chuvas e a hidrografia da Capital.
Além de Natalini e Soninha, estiveram presentes os vereadores Adilson Amadeu (PTB), Alfredinho (PT), Atílio Francisco (PRB), Camilo Cristófaro (PSB) e Fábio Riva (PSDB).
PRÓXIMA REUNIÃO
A próxima reunião do Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes está marcada para a próxima quinta-feira (4/4), às 13h, no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo.