DANIEL MONTEIRO
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Nesta terça-feira (27/7) tem início na capital paulista a vacinação contra a Covid-19 de pessoas com 29 anos. Esse grupo também será vacinado na quarta-feira (28/7). São esperados 143.861 munícipes nesta faixa etária para receber a primeira dose do imunizante.
Além disso, todas as pessoas que estão aptas a receber a segunda dose poderão comparecer à rede de postos de imunização do município, que estará toda em funcionamento. A Secretaria Municipal da Saúde aguarda a chegada de novas doses das vacinas para divulgar o calendário a partir da quinta-feira (29/7).
Importante destacar que, no ato da vacinação, é obrigatório apresentar documentos pessoais, preferencialmente CPF e cartão SUS, além de comprovante de residência no município de São Paulo, que pode ser em formato impresso ou digital. Se o comprovante estiver em nome de outra pessoa, será preciso também comprovar o parentesco. Para isso, valem RG, certidão de nascimento ou de casamento, ou escritura de união estável.
Outra recomendação importante é preencher o pré-cadastro no site Vacina Já para agilizar o tempo de atendimento no serviço de saúde. Basta fornecer dados como nome completo, CPF, endereço, telefone e data de nascimento. Já a lista completa de postos de imunização da capital pode ser encontrada no Vacina Sampa.
Além disso, os cuidados contra a Covid-19, mesmo após receber a aplicação da vacina, precisam ser mantidos. Cada cidadão deve continuar seguindo com o uso de máscara, higienização das mãos, uso de álcool em gel, procurando manter distanciamento social e, principalmente, evitando aglomerações.
Mais sobre o novo coronavírus
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, no último domingo (25/7) a capital paulista totalizava 34.953 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.336.001 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta segunda (26/7), é de 50,7%.
Já no último domingo (25/7), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 44%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Ações e Atitudes 1
Dois surtos de transmissão da variante alfa do novo coronavírus mostram que mesmo vacinados ainda podem transmitir o vírus e desenvolver Covid-19, mas que a vacinação previne casos graves. A conclusão é baseada no sequenciamento genético das cepas que contaminaram moradores e funcionários de duas casas de repouso de Campinas, no interior paulista. Os infectados, com média de idade acima de 70 anos, tomaram uma dose da vacina da AstraZeneca ou as duas da Coronavac. Foi registrado um único óbito, de uma pessoa de 84 anos com mal de Alzheimer.
Apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o estudo foi publicado na plataforma Preprints with The Lancet, ainda sem revisão por pares. Segundo os responsáveis pela pesquisa, os resultados mostram que pessoas que foram vacinadas podem se infectar com a variante alfa e, independentemente de ter a doença ou não, transmitir o vírus a quem ainda não foi vacinado. Eles avaliam que essa situação é preocupante porque pode gerar um gargalo de seleção para linhagens que podem voltar a causar a doença mesmo em pessoas vacinadas. E mostra a importância de manter medidas de distanciamento social e o uso de máscara.
De acordo com os autores da pesquisa, o trabalho é um dos primeiros relatos de uma dinâmica de transmissão de uma variante de preocupação do novo coronavírus em pessoas vacinadas. Ao mesmo tempo, foi constatada uma taxa de agravamento da doença muito baixa, muito menor do que o esperado de uma população com uma média tão alta de idade, o que mostra um efeito protetor da vacinação para o desenvolvimento de Covid-19.
O estudo ressalta, no entanto, uma dinâmica de transmissão sustentada do vírus. Os surtos foram contidos por conta de um diagnóstico rápido e o isolamento imediato dos infectados pelo Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas. Com isso, pouco mais da metade das populações estudadas foram infectadas.
Os pesquisadores também mediram a carga viral em vacinados infectados nos dois locais, mas não houve diferenças significativas entre as duas vacinas. Além disso, avaliaram a quantidade de anticorpos neutralizantes para a variante alfa nos que testaram positivo. Eles afirmam que não encontraram correlação do quadro da doença com o título (quantidade) de anticorpos neutralizantes. Ou seja, quem teve sintomas tinha mais anticorpos do que os assintomáticos, provavelmente uma resposta à infecção e não às vacinas, o que quer dizer que a proteção não depende necessariamente apenas de anticorpos, mas de outros componentes da resposta imune induzida pela vacinação.
Ações e Atitudes 2
O Instituto Butantan entregou, na manhã desta segunda-feira (26/7), mais 1,5 milhão de doses da vacina Coronavac ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde.
Com a nova entrega, as liberações chegam à marca de 60,149 milhões de doses fornecidas ao governo federal desde 17 de janeiro deste ano, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Desde o dia 14 de julho até hoje, foram entregues um total de 7 milhões de doses da vacina. Essas novas entregas são referentes à produção de um lote de 10 milhões de doses da vacina processadas a partir dos 6 mil litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) recebidos no dia 26 de junho.
As vacinas liberadas hoje fazem parte do segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, de 54 milhões de vacinas. O primeiro, de 46 milhões, foi concluído em 12 de maio. O Butantan trabalha para completar, até o fim de agosto, 100 milhões de vacinas disponibilizadas ao PNI.
A matéria-prima recebida no dia 26 foi envasada no complexo fabril do Butantan, na zona oeste da capital paulista, e passou por etapas como embalagem, rotulagem e controle de qualidade das doses.