Cleia Viana/Câmara dos Deputados

CPI aprovou requerimentos para ouvir representantes da Vale
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a tragédia socioambiental de Brumadinho (MG) aprovou, no fim da noite desta terça-feira (7), os primeiros requerimentos. Foram convocados a prestar depoimento na comissão o ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman; e o auditor da empresa Tuv Sud, Makoto Namba, que fez os laudos sobre a segurança da barragem da mina Córrego do Feijão. Os dois virão na condição de investigados.
Como testemunhas, foram convocados: o atual presidente da Vale, Eduardo de Salles Bartolomeu; o chefe do setor de fiscalização de barragens da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Minas Gerais, Wagner Araújo; o engenheiro de recursos hídricos da Vale Felipe Figueiredo Rocha; e a engenheira civil e consultora da empresa Potamos Maria Regina Moretti.
Compartilhamento das investigações
Os demais requerimentos aprovados tratam de compartilhamento das investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de Minas Gerais, além de pedidos de documentos e informações à mineradora Vale, à empresa de auditoria Tuv Sud e a vários órgãos, como Ministério Público, Defensoria Pública, Agência Nacional de Mineração e Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais.
Para viabilizar as primeiras audiências públicas, também foram convidadas autoridades municipais de Brumadinho, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, dirigentes da Vale e dos órgãos diretamente envolvidos com a investigação do desastre e a fiscalização do setor de mineração.
Familiares das vítimas
No dia 13, a CPI da Câmara dos Deputados vai realizar audiência pública na Câmara Municipal de Brumadinho para ouvir, principalmente, as famílias das vítimas da tragédia e os representantes da força-tarefa do Ministério Público e da Defensoria Pública que acompanha o caso in loco desde 25 de janeiro.
O rompimento da barragem de rejeitos tóxicos da mineradora Vale em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, deixou mais de 300 vítimas (entre mortos e desaparecidos) e poluiu o rio Paraopeba, afluente do rio São Francisco. Depois disso, a Câmara dos Deputados criou uma comissão externa e a CPI para acompanhar o caso. Vários parlamentares já apresentaram projetos de lei propondo alterações na política de segurança de barragens.