Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES aprovaram 20 requerimentos nesta terça-feira (16), entre eles a convocação de Álvaro Luiz Vereda Oliveira, ex-assessor da presidência do BNDES e sócio de uma empresa que teria recebido pagamentos irregulares da Odebrecht, de acordo com delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht. Os deputados aprovaram ainda a realização de audiências públicas com a presença de Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do banco.
Também foi aprovada a convocação de Alexandre Cordeiro Macedo, superintendente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça.
A maioria dos requerimentos aprovados solicita a diversos órgãos, como Ministério Público Federal e o próprio BNDES documentos relativos a operações financeiras do banco, como contratos para a construção do porto de Muriel, em Cuba, e até mesmo a íntegra do acordo de leniência firmado entre a Odebrecht, o Ministério Público Federal (MPF) e autoridades dos governos americano e suíço.
Para o presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), os documentos solicitados são fundamentais para subsidiar as audiências públicas, principalmente sobre contratos internacionais celebrados pelo banco público com os governos de Cuba, Vanezuela e Guiné Bissau. “Já temos indícios de irregularidades em contratos”, disse.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) negou irregularidades nos contratos e disse que os empréstimos a outros países foram feitos para beneficiar empresas brasileiras exportadoras de serviço. “Temos que parar de criminalizar pessoas sem provas, apenas por convicção”, afirmou.
A deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) cobrou mais transparência nos contratos e disse que o depoimento do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca mostrou falhas na análise de risco dos empréstimos. “Empréstimos para compra de serviços e produtos no Brasil são bons para o País, mas é preciso haver transparência”, disse.