A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho ouve hoje representantes da empresa alemã Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho, em janeiro.
Foram convidados para o debate a diretora de Gestão e Qualidade da empresa, Alice Maia; e os engenheiros da empresa Makoto Namba e André Jum Yassuda.
O deputado Roberto Alves (PRB-SP), um dos que pediu o debate, afirma que Makoto Namba é citado no processo que investiga o desastre como responsável pela assinatura do laudo de estabilidade da barragem B1 da Mina do Córrego do Feijão. Em seu depoimento, Namba diz ter sido pressionado pelo gerente da Vale, Alexandre Campanha, para assinar o laudo.
O deputado Rogério Correia (PT-MG), que também pediu a audiência, lembra que nos dias 23 e 24 de janeiro, houve troca de e-mails e ligações telefônicas entre funcionários da Vale e da Tüv Süd sobre problemas de estabilidade da barragem. “O que demonstra que ambas as empresas já tinham conhecimento desse estado crítico, não tendo sido tomada nenhuma providência para salvar vidas e evitar outros danos”, critica.
A audiência, que também foi proposta pelo deputado Igor Timo (Pode-MG), será realizada a partir das 9h30, no plenário 11.
Relembre
No dia 25 de janeiro, uma barragem de mineração da Vale em Brumadinho se rompeu deixando até agora 240 mortos e 32 desaparecidos.
A lama de rejeitos de minério de ferro atingiu parte do centro administrativo da empresa, a comunidade Córrego do Feijão e o rio Paraopeba, afluente do rio São Francisco.
Depois disso, a Câmara dos Deputados criou uma comissão externa e uma CPI para acompanhar o caso. Além disso, vários parlamentares apresentaram projetos de lei propondo alterações na política de segurança de barragens.