A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tinha pedido para não comparecer ao Tribunal Comodoro Py, para o segundo dia de leituras do julgamento em que ela e outras 12 pessoas são acusadas de corrupção e desvio de verba pública.
O advogado de Cristina, Carlos Beraldi, solicitou ao tribunal que ela fosse dispensada das sessões por três razões. A primeira é que já conhece detalhadamente o conteúdo do processo; a segunda é que deveria cumprir compromissos oficiais que poderiam coincidir com os horários das audiências; a terceira é que o deslocamento da ex-presidente ao tribunal envolve um grande operativo de segurança.
Os juízes do caso, Jorge Gorini, Andrés Basso e Rodrigo Giménez Uriburu, autorizaram Cristina a não participar apenas se o julgamento coincidisse com alguma atividade vinculada à função oficial como senadora. Como não havia nenhuma atividade prevista para a ex-presidente, no Congresso argentino, ela compareceu hoje (27) ao Tribunal.
O julgamento oral começou na terça-feira passada, com três horas de leitura dos autos do processo. A previsão é que essa primeira etapa – de leituras de acusações feitas pelo Ministério Público, o Escritório Anticorrupção e a Unidade de Informação Financeir – ainda leve mais duas sessões, pelo menos. Após a leitura, começará a etapa de questões preliminares e, em seguida, se darão as declarações indagatórias, que exigem obrigatoriamente a presença dos réus.
O caso
A acusação é de que Cristina e outros 12 ex-funcionários de seu governo favoreceram, entre 2004 e 2015, o empresário Lázaro Báez em contratos de 51 obras, o que representa 80% do total de obras públicas realizadas no período. De acordo com a Justiça, muitas das obras não foram concluídas, foram superfaturadas ou não eram necessárias.
Além de Cristina e Báez, são julgados também Julio de Vido, ex-ministro do planejamento; José López, ex-secretário de obras públicas; e Carlos Kirchner, primo do falecido ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, todos eles atualmente presos. Há ainda outros 8 acusados que permanecem em liberdade após terem pago fiança.
Cristina Kirchner tem 12 processos na Justiça, 5 julgamentos pendentes e 6 pedidos de prisão preventiva que nunca foram levados adiante devido ao foro privilegiado que tem como senadora. Em setembro, Cristina e os filhos serão ouvidos em outro processo, por lavagem de dinheiro.
Candidata
Cristina Kirchner é candidata nas eleições de agosto deste ano à vice-presidência na chapa com Alberto Fernández, seu ex-chefe de gabinete. Ao renunciar ao cargo de senadora para se candidatar, ela perde o foro privilegiado. No entanto, de acordo com juristas argentinos, Cristina não será presa imediatamente. Caso seja eleita, para que seja julgada, detida e afastada do cargo de vice-presidente, ela teria que passar por um julgamento político no Congresso. Como vice, ela poderia ser citada e questionada pela polícia, mas não presa.
No último sábado (25), Cristina participou do primeiro ato de campanha, após o anúncio de que sairia como vice Alberto Fernández, que encabeça a chapa. Ele foi chefe de gabinete durante todo o período de governo de Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007, além de atuar também no governo de Cristina. O evento reuniu milhares de apoiadores.
“Eu acredito em Deus, no meu país, no meu povo e estou segura que, juntos, com Alberto, vamos ajudar”, disse a ex-presidente, em relação à crise econômica que vive o país.
Edição: Maria Claudia
A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tinha pedido para não comparecer ao Tribunal Comodoro Py, para o segundo dia de leituras do julgamento em que ela e outras 12 pessoas são acusadas de corrupção e desvio de verba pública.
O advogado de Cristina, Carlos Beraldi, solicitou ao tribunal que ela fosse dispensada das sessões por três razões. A primeira é que já conhece detalhadamente o conteúdo do processo; a segunda é que deveria cumprir compromissos oficiais que poderiam coincidir com os horários das audiências; a terceira é que o deslocamento da ex-presidente ao tribunal envolve um grande operativo de segurança.
Os juízes do caso, Jorge Gorini, Andrés Basso e Rodrigo Giménez Uriburu, autorizaram Cristina a não participar apenas se o julgamento coincidisse com alguma atividade vinculada à função oficial como senadora. Como não havia nenhuma atividade prevista para a ex-presidente, no Congresso argentino, ela compareceu hoje (27) ao Tribunal.
O julgamento oral começou na terça-feira passada, com três horas de leitura dos autos do processo. A previsão é que essa primeira etapa – de leituras de acusações feitas pelo Ministério Público, o Escritório Anticorrupção e a Unidade de Informação Financeir – ainda leve mais duas sessões, pelo menos. Após a leitura, começará a etapa de questões preliminares e, em seguida, se darão as declarações indagatórias, que exigem obrigatoriamente a presença dos réus.
O caso
A acusação é de que Cristina e outros 12 ex-funcionários de seu governo favoreceram, entre 2004 e 2015, o empresário Lázaro Báez em contratos de 51 obras, o que representa 80% do total de obras públicas realizadas no período. De acordo com a Justiça, muitas das obras não foram concluídas, foram superfaturadas ou não eram necessárias.
Além de Cristina e Báez, são julgados também Julio de Vido, ex-ministro do planejamento; José López, ex-secretário de obras públicas; e Carlos Kirchner, primo do falecido ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, todos eles atualmente presos. Há ainda outros 8 acusados que permanecem em liberdade após terem pago fiança.
Cristina Kirchner tem 12 processos na Justiça, 5 julgamentos pendentes e 6 pedidos de prisão preventiva que nunca foram levados adiante devido ao foro privilegiado que tem como senadora. Em setembro, Cristina e os filhos serão ouvidos em outro processo, por lavagem de dinheiro.
Candidata
Cristina Kirchner é candidata nas eleições de agosto deste ano à vice-presidência na chapa com Alberto Fernández, seu ex-chefe de gabinete. Ao renunciar ao cargo de senadora para se candidatar, ela perde o foro privilegiado. No entanto, de acordo com juristas argentinos, Cristina não será presa imediatamente. Caso seja eleita, para que seja julgada, detida e afastada do cargo de vice-presidente, ela teria que passar por um julgamento político no Congresso. Como vice, ela poderia ser citada e questionada pela polícia, mas não presa.
No último sábado (25), Cristina participou do primeiro ato de campanha, após o anúncio de que sairia como vice Alberto Fernández, que encabeça a chapa. Ele foi chefe de gabinete durante todo o período de governo de Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007, além de atuar também no governo de Cristina. O evento reuniu milhares de apoiadores.
“Eu acredito em Deus, no meu país, no meu povo e estou segura que, juntos, com Alberto, vamos ajudar”, disse a ex-presidente, em relação à crise econômica que vive o país.
Edição: Maria Claudia