Começa hoje ((3) em São Paulo a Cryptorave 2019 – evento aberto e gratuito – sobre privacidade e segurança de dados na internet, que terá 36 horas de programação ininterrupta. Realizado com financiamento coletivo online que chegou a R$ 97,4 mil, a programação continua até a madrugada de domingo (5) com uma festa de encerramento no mesmo local, a Biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade.
Palestras e oficinais vão abordar temas para diversos públicos. “A programação traz, desde palestras superbásicas, como “porque ter um gerenciador de senhas” ou “como usar uma ferramenta de criptografia no seu e-mail”, até palestras avançadas que vão discutir desde a criptografia quântica até as implicações sociais”, disse Marina Pita, que faz parte do coletivo que organiza o evento.
De acordo com Marina, a segurança de dados é o tema de interesse geral, está presente nas relações virtuais, como na troca de fotos íntimas e nas tarefas cotidianas; como no uso do banco e das compras pela internet. “Hoje, em dia as relações amorosas virtuais também são muito comuns. Então, são dados sensíveis da pessoa. Outros assuntos abordados são os dados bancários, que cada vez mais passam pela internet”, ressaltou.
Legislação e vigilância
Um dos temas com força na programação deste ano é a vigilância urbana e o reconhecimento facial, usado por empresas e por diferentes esferas de governo. “É o Poder Público colocando câmeras de vigilância com reconhecimento facial. Cada vez vemos isso em mais cidade. Neste ano a gente tivemos a primeira prisão por reconhecimento facial em Salvador, durante o Carnaval. E a gente também tem empresas privadas fazendo isso em suas lojas”, disse Marina.
As mudanças na legislação sobre segurança virtual também serão debatidas em painéis: a Lei Geral de Proteção de Dados, aprovada pelo Congresso no ano passado, e a Medida Provisória 869/18, que criou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A lei trata de atividades de plataformas como o Facebook e o Google, além de outras empresas, que coletam dados de seus usuários. É o caso também de outras companhias que atuam fora do mundo virtual, como as farmácias, que vinculam informações da compra aos Cadastros de Pessoas Físicas (CPF) dos clientes, enquanto cabe à ANPD a fiscalização da aplicação das novas normas.
Discussão e festa
Pelo menos duas mil pessoas se inscreveram para participar Cryptorave 2019. No entanto, é possível aproveitar a programação mesmo sem o registro prévio. As cryptofestas são, como destaca Marina, um movimento global e descentralizado.
A ideia de uma programação que vai madrugada adentro busca, segundo a organizadora, unir diversão e formação em um único momento. “É uma ideia muito jovem disso de virar a noite fazendo uma coisa juntos. E quebrar essa barreira entre o momento de formação, discussão, debate e o momento de diversão”, afirmou.
A programação completa pode ser vista na página do evento.
Edição: Maria Claudia
Começa hoje ((3) em São Paulo a Cryptorave 2019 – evento aberto e gratuito – sobre privacidade e segurança de dados na internet, que terá 36 horas de programação ininterrupta. Realizado com financiamento coletivo online que chegou a R$ 97,4 mil, a programação continua até a madrugada de domingo (5) com uma festa de encerramento no mesmo local, a Biblioteca Mário de Andrade, no centro da cidade.
Palestras e oficinais vão abordar temas para diversos públicos. “A programação traz, desde palestras superbásicas, como “porque ter um gerenciador de senhas” ou “como usar uma ferramenta de criptografia no seu e-mail”, até palestras avançadas que vão discutir desde a criptografia quântica até as implicações sociais”, disse Marina Pita, que faz parte do coletivo que organiza o evento.
De acordo com Marina, a segurança de dados é o tema de interesse geral, está presente nas relações virtuais, como na troca de fotos íntimas e nas tarefas cotidianas; como no uso do banco e das compras pela internet. “Hoje, em dia as relações amorosas virtuais também são muito comuns. Então, são dados sensíveis da pessoa. Outros assuntos abordados são os dados bancários, que cada vez mais passam pela internet”, ressaltou.
Legislação e vigilância
Um dos temas com força na programação deste ano é a vigilância urbana e o reconhecimento facial, usado por empresas e por diferentes esferas de governo. “É o Poder Público colocando câmeras de vigilância com reconhecimento facial. Cada vez vemos isso em mais cidade. Neste ano a gente tivemos a primeira prisão por reconhecimento facial em Salvador, durante o Carnaval. E a gente também tem empresas privadas fazendo isso em suas lojas”, disse Marina.
As mudanças na legislação sobre segurança virtual também serão debatidas em painéis: a Lei Geral de Proteção de Dados, aprovada pelo Congresso no ano passado, e a Medida Provisória 869/18, que criou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A lei trata de atividades de plataformas como o Facebook e o Google, além de outras empresas, que coletam dados de seus usuários. É o caso também de outras companhias que atuam fora do mundo virtual, como as farmácias, que vinculam informações da compra aos Cadastros de Pessoas Físicas (CPF) dos clientes, enquanto cabe à ANPD a fiscalização da aplicação das novas normas.
Discussão e festa
Pelo menos duas mil pessoas se inscreveram para participar Cryptorave 2019. No entanto, é possível aproveitar a programação mesmo sem o registro prévio. As cryptofestas são, como destaca Marina, um movimento global e descentralizado.
A ideia de uma programação que vai madrugada adentro busca, segundo a organizadora, unir diversão e formação em um único momento. “É uma ideia muito jovem disso de virar a noite fazendo uma coisa juntos. E quebrar essa barreira entre o momento de formação, discussão, debate e o momento de diversão”, afirmou.
A programação completa pode ser vista na página do evento.
Edição: Maria Claudia