A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Polo do Médio Madeira, conseguiu anular uma sentença que não respeitou o procedimento legal e condenou um homem a mais de nove anos e meio de prisão, em Manicoré.
Conforme o defensor público Ícaro Avelar, o caso foi detectado durante as inspeções carcerárias no município. “Ao analisar a situação dos internos, nos deparamos com esse caso onde o interno foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão, num processo que não respeitou o princípio do contraditório e da ampla defesa. Ele foi sentenciado, não foi intimado para apresentar recurso, assim como a Defensoria também não foi notificada, e passou a cumprir a pena imediatamente”, disse.
De acordo com ele, o homem, que havia sido preso por roubo, chegou a cumprir dois anos da sentença. No entanto, ao identificar a falha judicial, a Defensoria Pública acionou a 1ª Vara Criminal em Manicoré, requerendo a desconstituição do trânsito em julgado e, consequentemente, a nulidade da sentença.
O pedido foi acatado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) no último dia 14 de junho, após considerar plausível o argumento defensorial. A DPE-AM, inclusive, já interpôs recurso para o caso.
“Verificamos essa grave violação de direitos fundamentais e estamos atuando com grande esforço para reverter o quadro. Além disso, vamos estudar também a possibilidade de eventual ajuizamento de ação de reparação civil pelo erro judiciário”, complementou Avelar.