Deputados e educadores comemoram aumento de matrículas em ensino a distância no país
As matrículas em educação a distância no Brasil cresceram 17,6% de 2016 para 2017, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Segundo o Ministério da Educação, das 3,3 milhões de matrículas do ensino superior realizadas entre os anos de 2003 e 2013, mais de 1 milhão correspondia a cursos a distância. Para debater o aumento do alcance essa modalidade de educação no país, a Comissão de Educação realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (6).
A deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), que solicitou a audiência, ressaltou que a educação a distância, conhecida pela sigla EaD, é capaz de alcançar o cidadão que de outra forma não teria acesso ao ensino superior.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Número de matrículas cresceu 17,6% de 2016 para 2017
“Você não o tira lá do assentamento, da aldeia, da escola do campo, você não tira da escola de educação básica, então para nós é fundamental a continuidade dele no ensino superior. Os avanços que ele tiver lá terão retorno excepcional nas escolas de educação básica em todos os locais do país”.
O diretor de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Cezar, destacou o papel da Universidade Aberta do Brasil, um programa que oferta cursos superiores a distância.
Segundo o diretor, as instituições públicas que oferecem EaD estão em 777 polos, sendo quase 600 deles localizados em cidades com menos de 100 mil habitantes.
“A Universidade Aberta do Brasil chega onde a universidade tradicional não chega, porque nós estamos falando da oferta pública, até por lei há um impedimento de parcerias privadas na universidade aberta, então nós estamos falando em instituições públicas”.
Presidente da Associação Universidade em Rede, que reúne as entidades públicas que oferecem EaD, Alexandre dos Anjos chamou atenção para uma proposta (PL 2435/11) que regulamenta a atividade de tutoria na educação a distância. Para ele, é necessário que os parlamentares discutam melhor a proposta antes de regular o exercício da profissão.
“Se esse projeto não passar por uma audiência, uma escuta das pessoas que trabalham com a educação à distância, no formato que esse projeto está, ele não vai atender à realidade brasileira”
Para o presidente da Câmara de Educação a Distância da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Marcus Tomasi, o Brasil está passando por processo de transformação na educação, e essa é a oportunidade ideal para consolidar o ensino a distância.