O ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Barão de Cocais (MG), Nivaldo Nunes de Souza, foi detido hoje (23), em caráter temporário, em uma operação deflagrada pela Polícia Civil para apurar a suspeita de extração ilegal de minério em Mariana (MG).
Suspeito de participação no suposto esquema de favorecimento ilícito, Souza está detido em uma delegacia de Mariana, a cerca de 70 quilômetros de Barão de Cocais. A suspeita é de que uma mineradora operava sem autorização, de forma clandestina, na região.
Entre 2005 e 2012, Souza ocupou diversos cargos na prefeitura de Barão de Cocais.
Por telefone, o advogado do ex-secretário, Antônio Eustáquio de Almeida, informou à Agência Brasil que seu cliente permanece sozinho em uma sala da delegacia de Mariana. A defesa ainda está se inteirando do teor das acusações e aguardando para conversar com o delegado e com Souza e só depois disso se manifestará sobre o assunto.
Mais dois mandados judiciais de prisão temporária e cinco de busca e apreensão foram cumpridos na Operação Curupira, realizada, simultaneamente, em Belo Horizonte, Mariana, Santa Bárbara e Barão de Cocais.
Além do ex-secretário municipal, a Justiça autorizou a prisão temporária de Marciano Thomasi, dono da mineradora Transthomasi, e de sua sócia. Segundo o delegado Luiz Otávio Braga, da 2ª Delegacia de Crimes Ambientas, a empresa burlava o sistema de licenciamento ambiental e operava irregularmente em Área de Preservação Permanente, com a ajuda do ex-secretário, que inseria documentos falsos no sistema.
A partir da análise dos documentos apreendidos e dos depoimentos que forem colhidos, a Polícia Civil vai investigar o possível envolvimento de mais pessoas no suposto esquema. Para o delegado, não resta dúvida de que os administradores da Transthomasi sabiam das irregularidades que estavam cometendo.
“Eles tinham ciência de que a obra estava embargada e, ainda assim, continuavam operando”, disse o delegado a jornalistas. De acordo com ele, a mineradora tentou obter a licença de operação, mas não a conseguindo, continuou extraindo minério em área de proteção ambiental.
“Isto salta aos olhos. Principalmente se lembrarmos que, recentemente, houve acidentes em Brumadinho e em Mariana [decorrentes do garimpo] que mataram centenas de pessoas. [Nas duas cidades] as empresas operavam com licenciamento e eram auditadas por empresas externas, mesmo assim, vimos o que ocorreu. Imagine então [os riscos de] um lugar que a fiscalização embargou, que o Corpo de Bombeiros não liberou e que, ainda assim, continuou a operar [irregularmente]”, disse Braga, referindo-se ao rompimento das barragens da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro deste ano, e do Fundão, ocorrido em Mariana, em novembro de 2015.
Sessenta policiais civis participaram da ação deflagrada hoje, que contou com o apoio da Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram). Os suspeitos serão investigados por falsificação de documentos; extração mineral ilegal; associação criminosa; degradação de área de preservação permanente e possível lavagem de dinheiro.
A defesa de Marciano Thomasi foi procurada mas não foi encontrada.
Matéria atualizada às 18h02 para acréscimo de informações
Edição: Fábio Massalli
O ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Barão de Cocais (MG), Nivaldo Nunes de Souza, foi detido hoje (23), em caráter temporário, em uma operação deflagrada pela Polícia Civil para apurar a suspeita de extração ilegal de minério em Mariana (MG).
Suspeito de participação no suposto esquema de favorecimento ilícito, Souza está detido em uma delegacia de Mariana, a cerca de 70 quilômetros de Barão de Cocais. A suspeita é de que uma mineradora operava sem autorização, de forma clandestina, na região.
Entre 2005 e 2012, Souza ocupou diversos cargos na prefeitura de Barão de Cocais.
Por telefone, o advogado do ex-secretário, Antônio Eustáquio de Almeida, informou à Agência Brasil que seu cliente permanece sozinho em uma sala da delegacia de Mariana. A defesa ainda está se inteirando do teor das acusações e aguardando para conversar com o delegado e com Souza e só depois disso se manifestará sobre o assunto.
Mais dois mandados judiciais de prisão temporária e cinco de busca e apreensão foram cumpridos na Operação Curupira, realizada, simultaneamente, em Belo Horizonte, Mariana, Santa Bárbara e Barão de Cocais.
Além do ex-secretário municipal, a Justiça autorizou a prisão temporária de Marciano Thomasi, dono da mineradora Transthomasi, e de sua sócia. Segundo o delegado Luiz Otávio Braga, da 2ª Delegacia de Crimes Ambientas, a empresa burlava o sistema de licenciamento ambiental e operava irregularmente em Área de Preservação Permanente, com a ajuda do ex-secretário, que inseria documentos falsos no sistema.
A partir da análise dos documentos apreendidos e dos depoimentos que forem colhidos, a Polícia Civil vai investigar o possível envolvimento de mais pessoas no suposto esquema. Para o delegado, não resta dúvida de que os administradores da Transthomasi sabiam das irregularidades que estavam cometendo.
“Eles tinham ciência de que a obra estava embargada e, ainda assim, continuavam operando”, disse o delegado a jornalistas. De acordo com ele, a mineradora tentou obter a licença de operação, mas não a conseguindo, continuou extraindo minério em área de proteção ambiental.
“Isto salta aos olhos. Principalmente se lembrarmos que, recentemente, houve acidentes em Brumadinho e em Mariana [decorrentes do garimpo] que mataram centenas de pessoas. [Nas duas cidades] as empresas operavam com licenciamento e eram auditadas por empresas externas, mesmo assim, vimos o que ocorreu. Imagine então [os riscos de] um lugar que a fiscalização embargou, que o Corpo de Bombeiros não liberou e que, ainda assim, continuou a operar [irregularmente]”, disse Braga, referindo-se ao rompimento das barragens da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro deste ano, e do Fundão, ocorrido em Mariana, em novembro de 2015.
Sessenta policiais civis participaram da ação deflagrada hoje, que contou com o apoio da Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram). Os suspeitos serão investigados por falsificação de documentos; extração mineral ilegal; associação criminosa; degradação de área de preservação permanente e possível lavagem de dinheiro.
A defesa de Marciano Thomasi foi procurada mas não foi encontrada.
Matéria atualizada às 18h02 para acréscimo de informações
Edição: Fábio Massalli