Doença é crônica e ainda não tem cura, mas especialista explica como é possível evitar que problema prejudique qualidade de vida
O Dia Mundial da Fibromialgia, celebrado neste último domingo (12), objetiva alertar para o diagnóstico que atinge milhares de pessoas em todo o mundo. A doença crônica é caracterizada por causar dores por todo o corpo, além de fadiga, alterações no sono e no humor, distúrbios cognitivos, entre outros sintomas que, quando não tratados, podem prejudicar a qualidade de vida dos pacientes.
Ainda não se sabe exatamente qual é a causa dessa síndrome, e não existe um exame específico que a comprove. No entanto, de acordo com o médico assistente de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Diogo Souza Domiciano, alguns fatores estão associados à doença, que costuma ser mais comum nas mulheres. “A fibromialgia geralmente surge por entre 35 e 55 anos, mas a frequência varia de acordo com o critério utilizado para dar o diagnóstico”, explica.
Além do fator genético, condições como insônia crônica e apneia do sono favorecem o desenvolvimento da doença, pois, segundo o especialista, não dormir bem pode estar relacionado a sentir dor. Pessoas com ansiedade e depressão também correm mais riscos, bem como aqueles que possuem alguma dor localizada não tratada adequadamente ou doenças autoimunes que causam dor, como artrite reumatoide e lúpus.
A fibromialgia não tem cura. Porém, aderir a um tratamento multidisciplinar, composto por profissionais de diferentes áreas de atuação, e manter um estilo de vida saudável são essenciais para que os pacientes diagnosticados consigam viver melhor.
“É muito importante entender que o remédio sozinho não vai funcionar. É preciso praticar atividades físicas, incluindo aeróbico e treino de força, buscar suporte psicológico, quando necessário, e corrigir fatores mecânicos que podem perpetuar a dor”, afirma Domiciano.
Fibromialgia caracteriza-se por dor crônica que migra por vários pontos do corpo e se manifesta especialmente nos tendões e nas articulações. Trata-se de uma patologia relacionada com o funcionamento do sistema nervoso central e o mecanismo de supressão da dor que atinge, em 90% dos casos, mulheres entre 35 e 50 anos.
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A dor da fibromialgia pode ser intensa e incapacitante, mas não provoca inflamações nem deformidades físicas. Entretanto, pode estar associada a outras doenças reumatológicas, o que pode confundir o diagnóstico.
CAUSAS
A causa específica da doença é desconhecida. Sabe-se, porém, que os níveis de serotonina são mais baixos nos portadores e que desequilíbrios hormonais, tensão e estresse podem estar envolvidos em seu aparecimento.
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SINTOMAS
Dor generalizada e recidivante;
Fadiga;
Falta de disposição e energia;
Alterações do sono que é pouco reparador;
Síndrome do cólon irritável;
Sensibilidade durante a micção;
Cefaleia;
Distúrbios emocionais e psicológicos.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da fibromialgia baseia-se na identificação dos pontos dolorosos. Ainda não existem exames laboratoriais complementares que possam orientá-lo.
TRATAMENTO
O tratamento da enfermidade exige cuidados multidisciplinares. No entanto, têm-se mostrado eficaz para o controle da doença:
Uso de analgésicos e antiiflamatórios associados a antidepressivos tricíclicos;
Atividade física regular ajuda contra as dores da fibromialgia;
Acompanhamento psicológico e emocional;
Massagens e acupuntura.
RECOMENDAÇÕES PARA QUEM TEM FIBROMIALGIA
Tome medicamentos que ajudem a combater os sintomas;
Evite carregar pesos;
Fuja de situações que aumentem o nível de estresse;
Elimine tudo o que possa perturbar seu sono como luz, barulho, colchão incômodo, temperatura desagradável;
Procure posições confortáveis quando for permanecer sentado por muito tempo;
Mantenha um programa regular de exercícios físicos. Pode parecer contra a intuição, mas o movimento regular ajuda a prevenir crises de dor;
Considere a possibilidade de buscar ajuda psicológica; muitas vezes, quem tem fibromialgia é desacreditado por parentes e até por profissionais, o que pode abalar a saúde mental e agravar o quadro.
fonte: Maria Helena Varella Bruna é redatora e revisora, trabalha desde o início do Site Drauzio Varella, ainda nos anos 1990. Escreve sobre doenças e sintomas, além de atualizar os conteúdos do Portal conforme as constantes novidades do universo de ciência e saúde.
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