Foi inaugurada nesta quarta-feira (3), na Biblioteca do Senado, a exposição A Conquista do Voto Feminino, que mostra a trajetória de luta das mulheres, a partir do século 19, pelo direito de votar, garantido em 1932. A exposição apresenta itens do acervo da Biblioteca, do Arquivo e do Museu do Senado, como livros, revistas, jornais, fotos, charges e ilustrações sobre o tema.
Durante a cerimônia de abertura, foi homenageada a primeira mulher a eleger-se senadora na história do país, Eunice Michiles. Em 1979, há exatamente 40 anos, ela tomava posse no Senado como representante do estado do Amazonas, compondo a bancada do Partido Democrático Social (PDS). Eunice relatou sua chegada à Casa e os primeiros dias de trabalho.
— Cheguei aqui me sentindo muito pequena, de um estado pobre e enfrentando verdadeiros ícones da política brasileira. Receberam-me com flores e poesia. Eu tive uma recepção muito agradável, mas discriminatória de qualquer forma, porque nenhum homem é recebido com flores.
Apesar da recepção calorosa, disse, era tudo muito difícil e foi preciso “descobrir os caminhos”. E ela percebeu que havia espaço para fazer seu trabalho.
— Eu sentia muita responsabilidade para honrar os compromissos assumidos na campanha: a liberdade religiosa, a defesa intransigente do meu estado, o Amazonas, e a promoção da mulher, para que ela saísse da sombra e se tornasse parceira do homem nas questões brasileiras.
Eunice Michiles também falou da atuação como deputada durante a Assembleia Nacional Constituinte e do avanço obtido naquela época em relação aos direitos da mulher. Segundo ela, o trabalho nos últimos anos tem sido árduo e há ainda um longo caminho a ser percorrido.
— Nós estamos aos poucos caminhando, tentando chegar lá — avaliou.
História
Diretora-geral do Senado, Ilana Trombka disse ser fundamental conhecer a história para entender os avanços obtidos pela mulher. Ela ressaltou que a luta por direitos é uma caminhada com muitos percalços, porque “a trilha não estava preparada para as mulheres”. Segundo Ilana, buscar a equidade de gênero e a erradicação da violência contra a mulher é garantir um mundo melhor. Trabalhar por isso, disse, é atribuição de todos, inclusive daqueles que estão no Senado, para “construir um caminho mais fácil de ser trilhado por homens e mulheres”.
A diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom), Angela Brandão, se disse honrada por estar ao lado de mulheres que abriram caminho para ela e tantas outras. A Secom, afirmou, vê com carinho a luta das mulheres por seus direitos.
A ex-deputada do Distrito Federal Maria de Lourdes Abadia representou a senadora Leila Barros (PSB-DF) na abertura da exposição. Também esteve presente a ex-senadora Emília Fernandes, que hoje preside o Fórum de Mulheres do Mercosul.
A mostra é promovida pela Diretoria-Geral e Biblioteca do Senado, com apoio da Secom, da Secretaria de Relações Públicas, Publicidade e Marketing, da Gráfica, do Museu e da Secretaria de Infraestrutura do Senado.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)