15/07/19 11h45
O 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em São Paulo, foi palco para o lançamento do Finep Inovacred 4.0, nova ação de fomento à inovação empresarial em áreas como internet das coisas, big data, computação em nuvem, segurança digital, robótica avançada, manufatura digital e aditiva, inteligência artificial e digitalização. O anúncio foi feito pelo presidente da Finep, General Waldemar Barroso, durante a Sessão Política de Inovação: Desafio de Longo Prazo, realizada na terça-feira (11/6).
Inicialmente, serão disponibilizados R$ 200 milhões na modalidade de crédito. A ideia é apoiar a formulação e implementação de Planos Empresariais Estratégicos De Digitalização que abarquem a utilização, em linhas de produção, de serviços de implantação de tecnologias da Indústria 4.0. São passíveis de financiamento empresas de pequeno a médio-grande porte, com faturamento anual de até R$ 300 milhões.
Elaborada pela Finep em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e os ministérios da Economia (ME) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Ação visa estimular o aumento da produtividade da indústria no País, sendo a primeira iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria 4.0, formada por mais de 30 entidades representativas do governo, empresas e academia.
Ainda em fase piloto, o novo projeto está totalmente alinhado com a Ação de Fomento à Inovação em Internet das Coisas – Finep IoT, lançada em junho de 2018, com recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão. O Finep IoT apoia, prioritariamente, projetos que resultem em inovações em produtos, processos e serviços baseados em tecnologias digitais. O objetivo é a integração de ambientes virtuais e físicos nos processos fabris, no agronegócio, no desenvolvimento urbano, na saúde e nas cadeias de serviços. Com o lançamento do Finep Inovacred 4.0, o apoio à formulação e implementação de planos de digitalização em empresas produtivas de menor porte passa a ser realizado através de um novo modelo.
As operações do Inovacred 4.0 serão apoiadas de forma descentralizada por agentes estaduais credenciados pela Finep. A novidade busca a simplificação dos processos de análise e acompanhamento das propostas, de forma a permitir maior agilidade na contratação e liberação dos recursos. O modelo proposto traz como diferencial a utilização de empresas integradoras, que concebem e implementam os planos de digitalização nas empresas produtivas. Especializadas na prestação de serviços de adaptação, customização e desenvolvimento de softwares; automação de processos de produção e gestão da atividade industrial, as empresas integradoras serão previamente credenciadas pela Finep, assim como seus serviços.
Para o credenciamento, serão levadas em consideração o porte, a comprovação de capacidade e qualidade técnica e gerencial na implantação de planos de digitalização, além da recomendação de fornecedores de programas e equipamentos ligados às tecnologias da Indústria 4.0. A lista de integradoras autorizadas assim como os serviços validados ficarão disponíveis para consulta no site da Finep.
“Em geral, uma empresa não consegue implantar uma solução que englobe tecnologias da Indústria 4.0 sem a consultoria de uma empresa integradora, de forma que esse é o grande diferencial do Finep Inovacred 4.0”, afirma o superintendente de Inovação da Finep, Newton Hamatsu. Segundo ele, o impacto esperado é de um ganho de, no mínimo, 20% na produtividade das empresas beneficiárias.
Os planos de digitalização submetidos devem ter valor máximo de R$ 5 milhões. O limite foi estabelecido com base em estudo realizado pela CNI que estipulou em cerca de R$ 1,5 milhão – podendo chegar entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões – o valor médio de um plano de digitalização da Indústria 4.0, inclusive quando implementado por empresas de maior porte.
Mesa de Debates
Barroso participou da última mesa do Congresso, que tratou de financimento público e privado à inovação, que também contou com a presença, dentre outros painelistas, de Paulo Alvim, Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTIC. Segundo Alvim, “avançamos muito nos últimos 20 anos. Inovação não é discurso. É caminho. É a forma de garantimos produtividade. Precisamos de um ecossistema que garanta o processo continuado de inovação. Saiamos do modelo de serrote para modelos exponenciais”. O General Barroso complementou a fala: “a Finep e o MCTIC estão trabalhando com prioridade, foco, convergência e trabalhando em equipe. A ideia é a contínua construção de um projeto nacional, voltado ao ambiente inovador com parceiros como a CNI. Estamos buscando reiventar a Finep e os nossos programas sempre, de modo a entender realidades locais”.
Carlos Américo Pacheco, Diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp, também foi debatedor no painel: “é preciso definir qual o horizonte que trabalharemos no futuro acerca de apoio de Estado e iniciativa privada para inovação. A pesquisa básica do mundo inteiro é de financiamento público. O Estado pode e deve alavancar o setor privado. São iniciativas de Estado que regulam o ambiente em que a inovação respira. A política pública de suporte à inovação deve convergir com o protagonismo privado”.
Memorando Finep e Israel
Ainda no Congresso, a Finep e a Autoridade Nacional de Inovação do Estado de Israel assinaram um Memorando de Entendimentos para cooperação em inovação tecnológica, pesquisa e desenvolvimento industriais.
Esse memorando permitirá a consolidação e ampliação de ações conjuntas para o fomento em tecnologia e inovação, tais como a chamada pública coordenada entre ambas agências, cujo prazo para apresentação de propostas encerra-se em 12/06/2019.
Nesse contexto, os projetos inovadores de interesse comum são desenvolvidos por empresas brasileiras e israelenses e apoiados respectivamente pela Finep e pela Autoridade Nacional de Inovação do Estado de Israel.
O presidente da Autoridade Nacional de Inovação, Dr. Amiram Appelbaum, foi representado pelo Cônsul para Assuntos Econômicos do Israel Trade & Investment em São Paulo, Itzhak “Tsahi” Reich .