O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,01% em junho, a menor taxa do ano, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10). Alimentos e combustíveis foram os itens que mais tiveram queda no orçamento das famílias.
No grupo dos alimentos, a queda deveu-se principalmente às frutas (-6,14%) e ao feijão-carioca (-14,80%). Os dois itens já haviam recuado em abril e maio. “A alimentação já veio com queda no mês passado. Essa queda veio principalmente por conta dos feijões. O feijão carioca especificamente, que até o primeiro trimestre acumulava uma alta de mais de 100%, veio no segundo semestre devolvendo essas altas por causa da maior oferta do produto”, explicou o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Fernando Gonçalves.
Os dois grupos, Alimentação e Bebidas e Transportes, respondem juntos por cerca de 43% das despesas das famílias. O grupo Transportes (-0,31%) também teve forte impacto sobre o IPCA de junho. A queda se deve aos combustíveis (-2,41%) com destaque para a gasolina (-2,04%).
Segundo o IBGE, regionalmente, a gasolina variou entre -4,66% na região metropolitana de Porto Alegre e 0,57% em São Luís. Tanto o óleo diesel (-0,83%), quanto o etanol (-5,08%), ficaram mais baratos. O etanol recuou em todas as áreas pesquisadas: de -8,51% na região metropolitana de Belo Horizonte a -0,35% em Salvador.
Na análise do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, a energia elétrica também foi um item determinante. “Tivemos, no mês passado, uma queda na tarifa de energia e uma queda importante na gasolina, que pesa tanto quanto a energia. Essas duas contribuições foram decisivas. Além disso, a alimentação continua negativa e é um grupo que pesa muito no IPCA”.
O acumulado do primeiro semestre ficou em 2,23% e, nos 12 meses, saiu de 4,66% em maio para 3,37% em junho.