24/05/19 14h16
Parceria com a Pluricell Biotech reforça o crescimento do ambiente de empreendedorismo em biotecnologia e incentiva o protagonismo nacional ao desenvolvimento científico e à inovação
Agência USP de Inovação
Encontrar caminhos para um problema considerado sem solução é uma das principais atribuições da inovação. No universo da saúde, o futuro torna-se promissor quando a audácia e curiosidade de pesquisadores fundadores de startups se unem à expertise de uma das maiores farmacêuticas brasileiras. Com um programa estruturado para fomento de soluções inovadoras junto a startups, a Libbs Farmacêutica já conversou com quase 300 delas e acaba de fechar contrato com a Pluricell Biotech, para desenvolverem juntas uma terapia celular regenerativa para doenças cardiovasculares. Com investimento inicial de US$ 1 milhão, os estudos já estão em fase pré-clínica (testes iniciais).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil, responsáveis por mais de 30% dos óbitos registrados. Só nos primeiros 20 dias de 2019, já foram 23.243 mortes, mais de mil mortes por dia. Muitas dessas doenças são consequências da insuficiência cardíaca (IC), geralmente ocasionada por infarto do miocárdio, destruindo as células do coração e que tem taxa de mortalidade elevada, 50% das pessoas diagnosticadas com a doença morrem após cinco anos da descoberta (DataSUS).
E se houvesse uma terapia capaz de regenerar as células do coração, perdidas durante um infarto, por exemplo? O projeto Pluricell Biotech, startup da Incubadora USP/IPEN-Cietec, sediada em São Paulo, tem como objetivo gerar células cardíacas em laboratório, a partir de células-tronco, e colocá-las no coração das pessoas que perderam essas células, restabelecendo pacientes e restaurando a função cardíaca, melhorando consideravelmente o seu estado clínico. Marcos Valadares, CEO da Pluricell Biotech, biológico com doutorado em genética humana e células-tronco pelo Instituto de Biociências da USP, explica que a maior causa da insuficiência cardíaca se deve a doença coronariana que gera isquemias locais, culminando na perda de células cardíacas, mais conhecido como infarto. “O prognóstico de pacientes com esse quadro é que metade deles, em média, após 5 anos, estarão ofegantes ou entrando em filas de transplantes. Injetando células cardíacas nessas pessoas, acreditamos ser possível repor o tecido muscular do coração e aumentar a expectativa e qualidade de vida”.
Marcos Valadares, CEO da Pluricell Biotech, biológico com doutorado em genética humana e células-tronco pelo Instituto de Biociências da USP, explica que a maior causa da insuficiência cardíaca deve-se a doença coronariana, causada por uma isquemia local, ou seja, a perda de células musculares por meio de um infarto. “O prognóstico de um paciente com esse quadro é em média de 5 anos, estando ofegantes ou entrando em filas de transplantes. Injetando células cardíacas nessas pessoas, acreditamos ser possível repor o tecido muscular do coração e aumentar a expectativa e qualidade de vida”.
Para a head de inovação da Libbs Farmacêutica, Lívia Prado, a grande questão é resolver a raiz do problema, que é a falta de células cardíacas. “Desbravar caminhos que não estão consolidados está no DNA da Libbs como farmacêutica brasileira e que tem seu papel de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento científico nacional. Por isso, temos investido cada vez mais em identificar e nos aproximar de startups, com um programa e abertura pra isso, buscando soluções inovadoras, de olho no futuro. Além de todo o trabalho que já é realizado com as áreas de desenvolvimento, novos negócios, pesquisas clínicas e o fomento da cultura interna voltada à inovação”, complementa. O projeto de terapia celular regenerativa contará com toda a expertise da Libbs, que atuará como mentora por meio de suas equipes de P&D e assuntos regulatórios, por exemplo.
“Acreditamos que o Brasil precisa cada vez mais de um ambiente de investimento propício, já avançamos nos últimos anos, foram criadas algumas políticas públicas para fomentar investimento anjo, por exemplo, mas precisamos gerar ainda mais inovação, pois só assim o nosso país vai se diferenciar e chegar à vanguarda no universo farmacêutico”, explica Lívia. “Com a aposta nacional, o investimento impulsiona o desenvolvimento de toda uma cadeia, pois além dos pacientes nacionais, que terão a chance de usufruir primeiro de uma terapia como essa, estimula o mercado interno, contratando mais pessoas, gerando receita para outras empresas, fomentando um ecossistema muito grande de pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Além disso, esta parceria representa um grande avanço para o mercado de startups, pois mostra que as empresas estão percebendo a importância de investir em estudos para que as ideias inovadoras prosperem e gerem retornos científicos que, futuramente, beneficiarão a sociedade”, finaliza Valadares.
Portas abertas para a inovação
Com 10% do faturamento direcionado para pesquisa e desenvolvimento, inovação é uma das três principais prioridades da Libbs farmacêutica. Desde 2016, a empresa promove o programa Portas Abertas, que visa identificar, desenvolver e testar inovações em parceria com startups. Para se cadastrar, basta a startup interessada se cadastrar no site www.portasabertas.libbs.com.br. Além do site, a Libbs está presente em ambientes inovadores como as incubadoras Inovabra (Bradesco), Eretz (Hospital Albert Einstein) e outros.
No âmbito do programa, 264 startups, 109 só em 2018, tiveram oportunidade de mostrar suas soluções, conversar e participar dos desafios lançados. “Vivemos em um mundo que se renova constantemente e de forma bastante acelerada. A Libbs procura ser agente diante dessas mudanças, buscando o despertar para as principais tendências em movimento, a geração de valor às novas iniciativas, não só dentro da nossa empresa, mas em todo o ecossistema do qual ela faz parte”, finaliza a head de inovação da farmacêutica.
Sobre o Cietec
O Cietec – Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.