Ministro critica Fies e diz que Brasil já bateu metas nas universidades; acompanhe
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse aos deputados que a pasta está investindo no programa de governo que vai dar prioridade para a pré-escola, ensino fundamental e técnico. “Vamos mantendo a atual estrutura das universidades, mas mudando a estratégia”, disse.
O ministro também criticou o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “O Fies no Brasil é um dos piores do mundo. Hoje você tem metade dos jovens inadimplentes, com a preocupação de como pagar o ensino superior.”
Ele falou que a expansão do ensino superior foi feita pela rede privada e que o País já superou algumas metas impostas às universidades. “Já batemos a meta da formação dos professores do ensino superior. Eu sou da iniciativa privada. Quando você bate a meta e supera elas, você faz o quê? Desvia os seus recursos para as metas que você está aquém, como ensino fundamental”, disse.
Recursos
O ministro foi convocado pelos deputados para explicar os cortes nas verbas de universidades e institutos federais. No dia 30 de abril, Abraham Weintraub anunciou que a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) teriam os repasses bloqueados em 30% por promoverem “balbúrdia”.
No mesmo dia, o bloqueio acabou estendido para todas as universidades e institutos federais. O Colégio Pedro II, financiado pela União, também foi afetado. A oposição reagiu com um movimento para obstruir as votações em Plenário.
Dados do governo contabilizam o bloqueio de R$ 1,7 bilhão do orçamento de todas as universidades, o que representa 24,84% dos gastos discricionários e 3,43% do orçamento total das federais.
O corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. Despesas obrigatórias, como assistência estudantil e pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas.
Precedentes
Weintraub é o segundo ministro da Educação convocado a prestar esclarecimentos em Plenário desde a redemocratização. Em 2015, o então ministro da Educação Cid Gomes teve de prestar esclarecimentos ao Plenário sobre declarações polêmicas contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em um episódio que culminou em sua demissão.
Antes dele, em 1991, o ministro da Agricultura, Antônio Cabrera, respondeu à convocação do Plenário para falar sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.
O debate prossegue no Plenário da Câmara.
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