Se engana quem pensa que o Palácio dos Bandeirantes, localizado no bairro do Morumbi, na capital paulista, é apenas a sede do Governo do Estado. Além de ser o local de trabalho do Governador, sua equipe e das centenas de funcionários que contribuem para seu pleno funcionamento, o espaço é também um museu, que abriga um rico acervo cultural, com visitação gratuita para o público.
Recentemente, o Palácio dos Bandeirantes passou por manutenções para conservação do patrimônio público, iniciativa que não acontecia há dez anos. Desde então, o número de visitantes que procuram o local para conhecer o acervo saltou de 507 no trimestre para 693, um expressivo aumento de 37%.
As cerca de quatro mil obras expostas nas diversas salas e amplos espaços – que incluem pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, móveis, louçaria, prataria e tapeçaria, dos séculos 17 ao 21 – são um convite à visitação e afirmam sua vocação de palácio-museu.
A visita ao Palácio dos Bandeirantes é, dessa forma, uma experiência que integra a história da arte e a história social e política brasileira, em especial do Estado de São Paulo.
A estudante de moda Carla Moura, de 23 anos, sempre passa em frente ao local, pesquisou na internet como conferir as atrações e agendou uma visita guiada. “Gostei do acervo diversificado, que possui mobílias e obras de arte”, ressalta.
As fotografias em exposição chamaram mais a atenção de Ana Beatriz Santos, de 18 anos. “Gostei bastante daqui. Pensei que o espaço do local seria menor, mas é amplo”, diz a estudante de fisioterapia, que também teve a oportunidade de conhecer de perto a fachada do Palácio dos Bandeirantes.
Thyago Moura, de 25 anos, veio a São Paulo para visitar parentes e aproveitou para participar da visita guiada. “Achei interessante a mescla entre o antigo e o moderno. Gosto de história e de conhecer os fatos importantes”, afirma o engenheiro ambiental.
Obras de manutenção
As obras de manutenção, que incluem a pintura de portas, paredes e pequenas adequações, foram recomendadas após uma vistoria técnica da área administrativa, que constatou infiltrações, rachaduras de paredes, presença de cupins na madeira e deterioração do piso – executadas a partir do orçamento elaborado pela gestão anterior, no valor de R$ 9,5 milhões por ano.
A presidente do Conselho Consultivo e Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, Ana Cristina Barreto de Carvalho, explica que todos os móveis e obras de arte dos acervos dos palácios estão preservados e conservados.
“Os poucos móveis que foram pintados, são móveis de estilo, e não de época. Todo o patrimônio original, autêntico da época, tanto colonial como posterior a isso, estão conservados e preservados como patrimônio público paulista”, diz a sergipana radicada em São Paulo desde 1960, onde se tornou mestra e doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Vice-presidente do Comitê Internacional para Museus-Casas Históricas do Conselho Internacional de Museus (DEMHIST-ICOM), o currículo de Ana Cristina inclui ainda o título de especialista em História da Arte Decorativa pela Christies’s Education de Nova York e em Gestão Cultural e Turismo pela Universidade de Barcelona.
Atualmente, está em andamento um projeto do Governo do Estado para locar espaços e salões do Palácio que hoje são usados para reuniões, como por exemplo o auditório Ulysses Guimarães, com capacidade para mais de mil pessoas. A renda será revertida para o Fundo Social São Paulo.
Como agendar
As visitas guiadas são gratuitas e podem ser feitas de terça-feira a domingo, das 10h às 16h (de hora em hora), com permanência até às 17h.
É recomendado chegar com antecedência de 15 minutos, para a apresentação de documento oficial com foto e o preenchimento do cadastro de visitante.
Todos os passeios são acompanhados por educadores. O telefone para informações é (11) 2193-8282