Os profissionais das forças de segurança e salvamento, que totalizam cerca de 900 mil pessoas, a partir deste ano, passam a fazer parte do público-prioritário da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. Esses profissionais, assim como os demais já contemplados na campanha, são expostos em atividades de risco em locais de aglomerações, um dos principais fatores de propagação do vírus da influenza. Para garantir essa ampliação, o Ministério da Saúde está adquirindo mais um milhão de doses da vacina, além das já previstas, com o Instituto Butantan, responsável pela produção do imunobiológico.
Além de anunciar a ampliação do público-alvo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lançou, nesta segunda-feira (22), durante a abertura da 17ª Semana de Vacinação nas Américas, em Cuiabá (MT), a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. A partir de agora até o dia 31 de maio, todos os públicos-prioritários podem procurar os postos de saúde para se vacinar. Na primeira fase da campanha, de 10 a 18 de abril, só estavam sendo vacinadas crianças e gestantes.
Para o ministro Luiz Henrique Mandetta, a mobilização não pode depender apenas da parte do Governo Federal, a responsabilidade é compartilhada, além da necessidade de exigir a vacinação em dia das crianças. “Estamos aqui hoje fazendo um esforço muito grande para algo que deveria ser uma comemoração, que é uma conquista da sociedade, um direito das nossas crianças. Não é possível enfrentarmos a baixa cobertura vacinal somente com apelo. Para se fazer matrícula em creches e escolas, poderia ser exigido o cartão da criança no ato, mas para isso temos que aprovar uma lei federal que torne esse documento obrigatório, pois é um direito. É preciso valorizar mais o documento de vacinação dentro nosso país”, destacou. O ministro ainda ressaltou que neste ano, pela primeira vez, serão vacinados todos os bombeiros, policiais militares, civis, federais e os rodoviários federais porque são eles que fazem o controle da segurança da sociedade.
A Semana de Vacinação nas Américas é realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e, neste ano, ocorre entre os dias 20 e 27 de abril. Essa é a segunda vez que o Brasil recebe o evento. O lema de 2019 é “Proteja sua comunidade. Faça sua parte. #VacineSe”. A ideia é lembrar ao público em geral que todos têm um papel importante em apoiar a vacinação. Durante a Semana, os países americanos são incentivados a promover ações de vacinação.
Além dos profissionais das forças de segurança e salvamento, devem receber a vacina crianças, gestantes, trabalhadores de saúde; povos indígenas; puérperas (mulheres até 45 após o parto); idosos (a partir dos 60 anos); professores, pessoas portadoras de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico, população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, e funcionários do sistema prisional. A meta é vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos prioritários.
Neste ano, as crianças e as gestantes também vão poder atualizar a Caderneta de Vacinação de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, que prevê 19 vacinas, que incluem proteção contra o sarampo, difteria, coqueluche, meningite, poliomielite e outras doenças. O objetivo é resgatar os não vacinados e aumentar as coberturas vacinais nestes públicos.
Até o final da mobilização, 31 de maio, 59,5 milhões de pessoas devem receber a dose da vacina. A medida atende a uma das prioridades do Governo Federal, que é ampliar a cobertura vacinal no país, no âmbito do Movimento Vacina Brasil. A primeira etapa da campanha priorizou as gestantes e crianças entre 6 meses a menores de 6 anos. Entre os dias 10 a 18 de abril, 12,5% das crianças e 17,4% das gestantes de todo o país foram vacinadas.
Ao todo, o Ministério da Saúde enviará aos estados 64,7 milhões de doses da vacina. Para a realização da campanha, que irão abastecer os 41,8 mil postos de vacinação, com o envolvimento de 196,5 mil pessoas e a utilização de 21,5 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.
Durante todo o período de vacinação, para reforçar junto ao público-alvo a importância de buscar um posto de vacinação, está sendo veiculada campanha publicitária na televisão, rádio, jornais, redes sociais, painéis em ônibus e metrô. O slogan é “Não Coloque a sua vida e a de quem você ama em risco. Vacine contra a gripe”.
A vacina produzida para 2019 teve mudança em duas das três cepas que compõem a vacina, e protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS: A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09; A/Switzerland/8060/2017 (H3N2); B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87). A vacina contra gripe é segura e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença.
A escolha dos grupos para vacinação segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e também é baseada em estudos epidemiológicos e no comportamento das infecções respiratórias. Por isso, são priorizadas as populações com maior chance de complicações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Panorama da gripe no Brasil
Neste ano, até 13 de abril, foram registrados 369 casos de influenza em todo o país, com 67 óbitos. Até o momento, o subtipo predominante no país é influenza A H1N1, com 192 casos e 47 óbitos. O Amazonas é o que apresenta a maior circulação do vírus, com 130 casos e 34 mortes.
Todos os estados estão abastecidos com o fosfato de oseltamivir e devem disponibilizá-lo de forma estratégica em suas unidades de saúde. Para o atendimento do ano de 2019, o Ministério da Saúde já enviou aproximadamente 9,5 milhões de unidades do medicamento aos estados. O tratamento deve ser realizado, preferencialmente, nas primeiras 48h após o início dos sintomas.
Fonte: Ministério da Saúde